A Rússia disparou um míssil balístico intercontinental (ICBM) contra a Ucrânia pela primeira vez, nesta quinta-feira (21), anunciou o Exército ucraniano. Apesar de supostamente ter a capacidade para transportar uma ogiva nuclear de 800 kg, o item não estaria carregado com material atômico.
O ato é o mais recente da escalada do conflito desde que a Ucrânia lançou mísseis de longo alcance fornecidos pelas potências ocidentais contra o território russo.
O míssil foi disparado da região russa de Astrakhan, em um ataque contra a cidade de Dnipro, no centro-leste da Ucrânia, informou a Força Aérea em um comunicado. Esta é a primeira vez que Moscou usa esse tipo de arma desde o início da invasão da Ucrânia, em 2022, confirmou uma fonte militar à AFP.
Outra fonte também ligada à autoridade ucraniana detalhou à agência internacional que o míssil não transportava uma ogiva nuclear.
Ainda nesta quinta-feira, a Rússia disse que fará “o máximo de esforços” para evitar uma guerra nuclear, após ampliar as hipóteses de uso de suas armas nucleares em meio às tensões entre Moscou e o Ocidente sobre o conflito na Ucrânia.
“Nós enfatizamos que, seguindo nossa doutrina, a Rússia assume uma posição responsável para fazer o máximo de esforços para não permitir tal conflito”, disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov, enfatizando que espera que "outros países" mantenham "essa posição responsável".
Conforme informações da agência Reuters, a imprensa ucraniana afirma que fontes locais anônimas detalharam que o míssil russo seria um exemplar do modelo RS-26 Rubezh — míssil balístico intercontinental de combustível sólido com alcance de 5,8 mil km, segundo a Associação de Controle de Armas.
O RS-26 foi pela primeira vez com sucesso em 2012, e estima-se que tenha 12 metros de comprimento e pese 36 toneladas, conforme o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais (da sigle em inglês CSIS). Ele disse que o RS-26 pode carregar uma ogiva nuclear de 800 kg.