Fundador e CEO do aplicativo de mensagens Telegram, Pavel Durov, 39 anos, foi preso neste sábado (24) na França. Nascido na Rússia, ele tem uma fortuna estimada pela Forbes em U$ 15,5 bilhões, ou seja, aproximadamente R$ 85 bilhões. Foi com o seu irmão, matemático e programador, Nikolai Durov, que ele criou o Telegram em 2013.
Hoje, a sede do Telegram fica em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O aplicativo tem 900 milhões de usuários ativos e pretende atingir um bilhão em um ano.
Pavel já disse em entrevistas que a ideia do aplicativo surgiu dois anos antes, quando as forças especiais russas tentaram invadir sua casa. Sem uma maneira que considerasse segura de se comunicar com o irmão, ele decidiu criar a plataforma. A dupla também fundou a rede social VKontakte ou "VK". Considerado o "Facebook russo", a rede é a maior daquele país e um dos sites mais acessados no mundo.
Após se recusar a cumprir as exigências do governo russo, em 2014, de fechar comunidades de oposição na VK, Pavel o vendeu e deixou o país, sendo naturalizado francês em 2021.
"Prefiro ser livre do que receber ordens de qualquer pessoa", disse ele ao jornalista americano Tucker Carlson em abril sobre sua saída da Rússia e a busca por um lar para sua empresa, que incluiu períodos em Berlim, Londres, Cingapura e São Francisco.
Como foi a prisão
Pavel Durov foi detido quando descia de seu jato particular na pista do aeroporto de Le Bourget, nos arredores de Paris. Ele havia acabado de chegar do Azerbaijão e deve comparecer ao tribunal neste domingo (25). De acordo com jornais franceses, havia um mandado de busca contra o empresário.
O CEO da rede é suspeito de não tomar medidas para impedir o uso do Telegram para fins criminosos. Notícias veiculadas na Europa afirmam que a Justiça considera que a falta de moderação na plataforma torna Durov cúmplice de tráfico de drogas, crimes contra crianças e fraudes.
A embaixada da Rússia na França afirmou à agência de notícias estatal russa Tass que não foi contatada pela equipe de Durov após os relatos da prisão, mas que está tomando "medidas imediatas" para esclarecer a situação.
A agência Reuters procurou o Telegram para um posicionamento, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O Ministério do Interior francês e a polícia também não comentaram.
Os mais de 100 "filhos" de doação de esperma
O empresário russo chamou atenção, recentemente, ter mais de 100 filhos biológicos em 12 países, graças à doação de seu esperma. A ideia teria surgido por conta da fala de um amigo, que tentava ser pai com sua esposa, mas sofria com problemas de infertilidade.
"(Buscando informações) o chefe da clínica me disse que 'material de doador de alta qualidade' estava em falta e que era meu dever cívico doar mais esperma para ajudar anonimamente mais casais. Isso soou louco o suficiente para eu me inscrever", disse.
Pavel ainda comentou que pretende promover o encontro dos filhos biológicos a partir da ação de tornar seu DNA um "código aberto".
Em suas redes sociais ele costuma postar fotos exibindo o corpo e contendo frases motivacionais.