O movimento palestino Hamas anunciou nesta terça-feira (17) a morte de um de seus comandantes militares durante ação do Exército israelense no centro da Faixa de Gaza. O comunicado divulgado pelo grupo extremista conta que Ayman Nofal, comandante das Brigadas Al Qassam, o braço armado do Hamas, morreu em um ataque no campo de Bureij. Esse é o 11º dia da guerra que já matou quase 4 mil pessoas.
O Exército israelense não quis comentar o assunto à imprensa internacional. Na Palestina, a população lamentou a morte do comandante, no campo de refugiados em Bureij, em Gaza. Conforme a BBC, Ayman Nofal era descrito como um dos mais notórios nomes da organização.
Durante a noite, o Exército informou a morte de outro membro do Hamas, Osama Mazini. Mas o grupo armado palestino não fez nenhuma menção a esta notícia.
Como começou a guerra entre Israel e Hamas, em 2023
A guerra entre Israel e o Hamas começou após o ataque do grupo islamita em 7 de outubro em território israelense, o mais violento desde a criação do Estado de Israel em 1948.
Mais de 1.400 pessoas, a maioria civis, foram assassinadas por comandos do Hamas que entraram em localidades israelenses próximas da fronteira com a Faixa de Gaza.
Como resposta, Israel iniciou uma campanha de bombardeios no enclave palestino, onde pelo menos 2.750 pessoas foram mortas, na maioria civis, segundo as autoridades locais.
Por que o Hamas atacou Israel?
O grupo extremista Hamas nomeou os ataques feitos no início do dia 7 de outubro contra Israel como "Dilúvio de Al-Aqsa", uma defesa a mesquita Al-Aqsa que, junto ao Domo da Rocha, é uma região sagrada para os muçulmanos.
Contudo, o mesmo território também é importante para a religião judaica, chamado de Monte do Templo pelos judeus. Ele é considerado sagrado porque, antes da destruição pelos romanos em 70 d.C, existiam dois templos judaicos importantes no local. Hoje, resta o Muro das Lamentações, local de peregrinação de judeus.
O local é um dos marcos da disputa entre israelenses e palestinos. A declaração da ala militar do Hamas, no dia dos primeiros ataques, cita diretamente a presença de judeus no complexo islâmico como motivação para a ação dos extremistas. Segundo o grupo, os ataques foram feitos "em defesa da mesquita de Al-Aqsa", devido a "ataques diários" que o tempo sofreria com a presença dos fiéis judeus no local.
Contudo, outros fatores podem ter influenciado a ação do Hamas. Um deles é a recente aproximação entre Israel e Arábia Saudita — país importante para o Islã e principal player do Golfo Pérsico. Este é um reflexo de outros países árabes que antes não reconheciam o Estado de Israel, mas passaram a normalizar as relações com o país.
Além disso, as divisões políticas internas de Israel e o aumento das tensões nos assentamentos judeus nos territórios palestinos podem ter tido influência direta da decisão do Hamas de atacar Israel.