Putin volta a chamar guerra na Ucrânia de 'operação militar' e diz salvar o país de 'neonazistas'

Líder russo afirmou que o território ucraniano está sendo salvo de "todo o sofrimento"

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, discursou para uma multidão de 90 mil pessoas na manhã desta sexta-feira (18) e disse que a guerra, a qual ele voltou a chamar de "operação militar", é uma ação para salvar a Ucrânia de "forças neonazistas". 

"A Rússia já tinha feito todo o possível para levantar a Crimeia. Sebastopol criou uma barreira contra os neonazistas, e as pessoas em Donbass também não concordaram com esse governo", disse o líder russo durante concerto para celebrar a anexação da Crimeia ucraniana.

Putin complementou que as tropas da Rússia estão "salvando a Ucrânia de todo o sofrimento" pelo qual, segundo ele, o país vinha passando. 

A fala do presidente foi ovacionada por apoiadores que seguravam bandeiras e tinham os rostos pintados com as cores do país. 

Destruição

Na contramão das declarações de Putin, a Prefeitura de Kiev informou nesta sexta-feira (18) que somente na capital ucraniana há 222 mortos, incluindo 56 civis. 

Até agora, desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, um total de 889 pessoas, incluindo 241 civis, também ficaram feridas em Kiev. 

Segundo a Câmara Municipal, que também relatou danos em 36 edifícios residenciais e 10 escolas, entre os feridos estão 18 crianças, três motoristas de ambulância e um médico de emergência, 

Mais de três milhões de ucranianos fugiram do país, a maioria para a Polônia, que nesta sexta-feira (18) superou a marca de dois milhões de migrantes procedentes da Ucrânia.