Papa Francisco apela pela união mundial e pede que armas sejam caladas no mundo

Em mensagem de Natal, o papa conclamou o mundo a “superar as divisões” e citou conflitos de diferentes países

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(Atualizado às 15:01)

O papa Francisco pediu, nesta quarta-feira (25), para o mundo “calar as armas” e "superar as divisões”, em uma mensagem aos milhões de cristãos que celebram o Natal. O pontífice citou conflitos em Gaza, na Ucrânia e outras regiões.

Como acontece todos os anos em sua tradicional mensagem "urbi et orbi" (à cidade e ao mundo), o argentino citou os principais conflitos e focos de tensão no planeta. "Convido todas as pessoas (...) a tornarem-se peregrinos da esperança, a calarem as armas e a superarem as divisões", afirmou diante de milhares de fiéis reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano.

O papa voltou a denunciar a situação humanitária na Faixa de Gaza.

"Com os olhos postos no berço de Belém, dirijo o meu pensamento para as comunidades cristãs de Israel e da Palestina, em particular de Gaza, onde a situação humanitária é gravíssima. Haja um cessar-fogo, libertem-se os reféns e ajude-se a população esgotada por causa da fome e da guerra", disse.

Na terça-feira, o pontífice deu início ao "Ano Santo" 2025 da Igreja Católica, para o qual são esperados mais de 30 milhões de peregrinos em Roma.

Durante a Missa do Galo, o pontífice já havia pedido um pensamento para as "crianças metralhadas", as "bombas sobre escolas e hospitais", em alusão aos bombardeios de Israel em Gaza.

Francisco, que citou 18 países na mensagem "urbi et orbi", também recordou o Haiti, a Venezuela, a Colômbia e a Nicarágua, entre outros. Ele pediu para que os países do continente americano, "na verdade e na justiça, encontrem o quanto antes soluções eficientes, para promover a harmonia social".

O pontífice também destacou conflitos no continente africano, mencionando países como Burkina Faso, Mali e, em especial, Moçambique. Ele também mencionou, na Ásia, os conflitos armados de Mianmar.

Ele enviou, ainda, enviou uma mensagem à "martirizada Ucrânia". Tenha-se a audácia de abrir a porta às negociações e aos gestos de diálogo e de encontro, para alcançar uma paz justa e duradoura", afirmou o pontífice, poucas horas após a Rússia lançar mais de 70 mísseis contra o sistema de energia ucraniano.

Além de falar de diversos conflitos mundiais, Francisco prestou agradecimento aos que “de forma silenciosa e fiel, se dedicam ao bem”: pais, professores, profissionais de saúde, segurança e missionários. 

No discurso, o papa também destacou que espera que o “Ano Santo” da Igreja Católica comemorado em 2025, “seja uma oportunidade para derrubar todos os muros de separação: os ideológicos, que tantas vezes marcam a vida política, e os físicos".

O pontífice, finalmente, também voltou a defender o cancelamento das dívidas dos países mais pobres do mundo.