OMS demonstra preocupação com surtos 'domésticos' de coronavírus

O número de mortos está em 259, e ao menos 11.791 casos já foram confirmados

Uma autoridade da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Pequim, afirmou neste sábado, que governos de países em que há casos confirmados de coronavírus precisam se preparar para o "controle de surtos domésticos" se a doença se espalhar em seus países. Gauden Galea disse que a maioria dos casos, no momento, ainda é de pessoas que visitaram a China.

Com a Espanha, que confirmou ontem registro do novo vírus no país, a lista de nações afetadas pelo coronavírus de Wuhan subiu para 23, além da China. O número de mortos está em 259, e ao menos 11.791 casos já foram confirmados.

A decisão dos Estados Unidos de impedir a entrada de estrangeiros vindos da China foi seguida hoje pela Austrália, após Japão e Cingapura anunciarem também medida semelhante.

Enquanto isso, a Coreia do Sul, Índia e Indonésia enviaram de volta à China centenas de cidadãos de Wuhan, a cidade no epicentro da epidemia, onde cerca de 50 milhões de pessoas são impedidas de viajar, num esforço antivírus. Os estrangeiros evacuados estavam em quarentena por duas semanas.

O contágio pelo coronavírus já superou o número do surto de SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2002-2003, levando a OMS a declarar "emergência global".

De acordo com o representante da OMS em Pequim, Gauden Galea, a organização demonstrou preocupação com os países mais pobres que podem não estar preparados para responder rapidamente ao surto. Ele também informou que o fato de alguns casos de contágio do vírus envolverem transmissão interna de humano para humano (pessoas que não visitaram a China) merece atenção especial.

"Os países precisam se preparar para uma possível 'importação' do vírus, a fim de identificar os casos o mais cedo possível e, se isso acontecer, fazer um controle doméstico de surtos", disse Galea.