A mulher cearense trans, de 41 anos, que foi agredida por policiais em Milão, na Itália, entrou com denúncia contra os quatro agentes. Identificada apenas como Bruna, ela foi agredida com golpes de cassetete, chutes e gás lacrimogênio.
A advogada Debora Piazza, que defende Bruna, apresentou a denúncia nessa segunda-feira (29), conforme revelou ao jornal Corriere della Sera. A denúncia aponta tortura agravada por discriminação racial, lesões agravadas por abuso de poder e ameaças.
Os investigadores tentam identificar os policiais a partir de imagens de câmeras de segurança e filmagens de testemunhas. O caso ocorreu na última quarta-feira (24) e repercutiu nas redes sociais.
Debora Piazza ressaltou que a cearense ficou 20 minutos em uma viatura fechada, com dificuldades para respirar. Segundo a advogada, Bruna está depressiva, devastada psicologicamente e com dificuldades para dormir e episódios de enjoo.
Chefe de um sindicato de policiais, Daniele Vincini alegou que os policiais bateram em Bruna "para dominá-la", porque ela estaria cuspindo sangue no rosto deles.
Agressão policial
Bruna foi presa por policiais de Milão e agredida durante a abordagem policial. A cearense é de Fortaleza e se mudou para Milão há 29 anos.
A mulher afirmou que, no momento da prisão, estava discutindo com homens que a insultavam na rua. Segundo a imprensa italiana, os policiais foram ao local atendendo chamados de pais de alunos, que se queixavam da presença da mulher gritando perto da entrada de uma escola.
No trajeto na viatura policial até a delegacia, a mulher se lamentou e bateu com a cabeça na divisória do veículo, o que teria irritado os policiais.
"Aquele que era chefe estacionou o carro e disse: 'agora vamos dar uma surra nela'. Ele tentou me puxar pelos cabelos para me fazer descer, mas eu consegui escapar. Me escondi em um canteiro de flores, mas eles me encontraram", disse.
O prefeito de Milão, Giuseppe Sala, afirmou que os policiais enfrentarão medidas disciplinares pelo caso.