A Organização Mundial da Saúde (OMS) já admite a possibilidade de não atingir a meta de distribuir 2,4 bilhões de vacinas contra Covid-19 em todo o mundo até o fim de 2021.
A meta da OMS era vacinar até 20% da população dos países de renda média e baixa, que assinaram o contrato via consórcio Covax Facility, por não conseguiram fazer acordos multimilionários para compra de imunizantes diretamente com as produtoras.
No entanto, o principal gargalo para a distribuição dessas doses hoje é a capacidade de produção e o fornecimento de imunizantes das produtoras para o consórcio.
Atrasos na produção, falta de insumos, de seringas e agulhas para aplicação; além de dificuldades logísticas estão entre os principais desafios da distribuição global de vacinas contra Covid-19.
No último domingo (2), o Brasil recebeu um novo lote de 2 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca via Covax, totalizando, até o momento, pouco menos de 4 milhões de doses distribuídas pelo consórcio de um total de 42,9 milhões que foram acordadas pelo Governo Federal no valor de U$ 150 milhões.
Inicialmente, a previsão era que o consórcio enviasse ao país 9,1 milhões de doses até maio. No entanto, o país havia recebido apenas um lote, com 1 milhão de doses, até o fim de abril.
A principal consequência dos atrasos é uma vacinação desigual no mundo, segundo destaca a diretora de imunização da OMS, Katherine O'Brien. Países como o Reino Unido ou Israel têm mais de 60% de sua população já imunizada, enquanto outros, principalmente na África subsaariana e sudeste asiático, apresentam na média menos de 5% da população vacinada.