Justiça do Colorado torna Trump inelegível nas eleições primárias do estado; entenda

Porta-voz do ex-presidente alega que decisão foi "antidemocrática"

Um tribunal de Colorado decidiu nesta terça-feira (19) que o republicano Donald Trump não pode participar das primárias eleitorais do estado em 2024 porque suas ações relacionadas ao ataque contra o Capitólio em 2021 o tornam inelegível. 

"A maioria do tribunal considera que o presidente Trump está desqualificado para ocupar o cargo de presidente nos termos da Seção Três da Décima Quarta Emenda da Constituição dos Estados Unidos. Como ele foi desqualificado, seria um ato ilícito, segundo o Código Eleitoral, o Secretário de Estado do Colorado incluir seu nome como candidato nas primárias presidenciais", decidiu o tribunal.

O que diz Donald Trump

Um porta-voz de Trump tachou a decisão do tribunal do Colorado de "antidemocrática" e prometeu levar o caso à Suprema Corte dos EUA.

"A Suprema Corte do Colorado emitiu esta tarde uma decisão completamente equivocada e vamos apresentar rapidamente uma apelação à Suprema Corte dos Estados Unidos e um pedido simultâneo para suspender esta decisão profundamente antidemocrática", afirmou Steven Cheung, em comunicado.

Entenda

A decisão da Suprema Corte do Colorado, que está suspensa aguardando recurso até 4 de janeiro, chega depois que um grupo de eleitores contestou uma decisão anterior que estabelecia que o claro envolvimento de Trump nos atos de 6 de janeiro não impedia uma nova candidatura à Presidência. 

Essa decisão dependia da interpretação da 14ª Emenda da Constituição dos EUA, que proíbe alguém de ocupar "qualquer cargo nos Estados Unidos" se tiver se envolvido em uma insurreição depois de prestar juramento como "oficial dos Estados Unidos" para defender a Constituição. 

Mas, segundo o tribunal de primeira instância, a emenda não pode ser aplicada a Trump porque a Presidência foi deixada de fora da lista de cargos eleitos federais afetados. 

Relembre invasão ao capitólio

Diversas pessoas morreram durante a invasão do Congresso dos Estados Unidos por apoiadores do presidente Donald Trump, enquanto os parlamentares realizavam a sessão de ratificação da vitória de Joe Biden nas eleições.

Durante o dia, a morte de uma manifestante baleada por agentes de segurança na sede do Legislativo estadunidense. Ela foi socorrida e levada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

Imagens de TV mostraram manifestantes quebrando janelas para invadir o Congresso. Eles acessaram várias partes do prédio, inclusive o plenário. Os congressistas foram levados para áreas protegidas, e a sessão de certificação foi interrompida. 

Uma hora antes da sessão, Trump fez um comício em Washington e disse a uma multidão que jamais assumiria a derrota para Biden, pois a eleição foi roubada.

O republicano, porém, não apresentou nenhuma prova que sustente a declaração. Mais de 60 ações que apontavam fraudes foram negadas na Justiça. Biden teve 81 milhões de votos, contra 74 milhões de Trump. A sessão no Capitólio foi retomada depois que as forças de segurança conseguiram retirar os invasores do local.