O ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, fez ameaças ao movimento Hezbollah, na última terça-feira (18), afirmando que o grupo seria destruído no caso de uma "guerra total". A declaração surge à medida que as tensões aumentam na fronteira com o Líbano após trocas de tiros entre o grupo e forças israelenses nas últimas semanas.
"Estamos muito próximos do momento em que decidiremos mudar as regras do jogo contra o Hezbollah e o Líbano. Em uma guerra total, o Hezbollah será destruído e o Líbano será duramente atingido", disse Katz, em comunicado do próprio gabinete.
De acordo com o ministro israelense, o chefe do Hezbollah, Hasan "Nasrallah, se vangloria de ter fotografado os portos de Haifa, operados por grandes empresas internacionais chinesas e indianas, e de ameaçar danificá-los".
Imagens e negociação
Um pouco antes e coincidindo com uma visita de Amos Hochstein, enviado especial do presidente americano Joe Biden a Beirute para tentar diminuir a tensão na fronteira entre Israel e Líbano, o Hezbollah havia publicado imagens que, segundo o movimento, foram feitas com um drone sobre Haifa, uma cidade portuária do norte de Israel.
Hochstein se reuniu com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém na segunda-feira (17) e depois viajou para o Líbano.
"O conflito (...) entre Israel e o Hezbollah já durou muito tempo", disse Hochstein em Beirute, onde se reuniu com o presidente do parlamento, Nabih Berri.
O movimento xiita intensificou ataques contra alvos militares no norte de Israel na semana passada, após a morte de um de seus comandantes em um bombardeio israelense.
Agressão Israelense
Hochstein se reuniu com o presidente do Parlamento libanês, Nabih Berry, um aliado-chave do Hezbollah, um dia depois de conversar com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em Jerusalém.
Segundo o enviado americano, o encontro com Berry girou em torno da "situação política e de segurança do Líbano e sobre o acordo que está sobre a mesa a respeito de Gaza", em referência ao plano apresentado em maio pelo presidente Joe Biden.
Em uma primeira fase, o plano contempla um cessar-fogo de seis semanas acompanhado de uma retirada israelense das áreas densamente povoadas de Gaza, bem como as libertações de alguns reféns retidos em Gaza e de palestinos detidos em Israel.
O enviado americano também se reuniu com o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, que afirmou que "o que falta é deter a atual agressão israelense contra o Líbano e que a calma e a estabilidade retorne à fronteira sul".
Novas ameaças
O líder do Hezbollah, Hasan Nasrallah, alertou nesta quarta-feira (19) que "nenhum lugar" em Israel estaria seguro dos mísseis do grupo libanês, se o governo israelense implementasse seus planos de ofensiva contra o Líbano.
"O inimigo sabe muito bem que nos preparamos para o pior (...) e que não haverá nenhum lugar (...) a salvo dos nossos foguetes", afirmou Nasrallah em um discurso televisionado, acrescentando que os disparos contra o território israelense poderiam vir "por terra, ar e mar".
Nasrallah também ameaçou o Chipre com retaliações, caso essa pequena nação insular da União Europeia permita que Israel utilize seus aeroportos e bases para lançar uma ofensiva.
"Abrir aeroportos e bases cipriotas ao inimigo israelense para atacar o Líbano significaria que o governo cipriota está participando da guerra, e a resistência considerará isso como parte da guerra", advertiu Nasrallah em seu discurso televisado.