Furacão Beryl atinge categoria 5 e preocupa autoridades da Jamaica e da República Dominicana

Passagem do furacão pelo Caribe já devastou a ilha de Carriacou, em Granada

Considerado “potencialmente catastrófico” pelo Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos, o furacão Beryl atingiu a categoria 5, nesta terça-feira (2), enquanto avança pelo Caribe. O fenômeno preocupa as autoridades da República Dominicana e da Jamaica, que temem a chegada do furacão a seus territórios. 

Após perder parte da intensidade nos últimos dias, o furacão se fortaleceu nessa segunda-feira (1º), alcançando a categoria 5, mais grave na escala Saffir-Simpson, nas últimas horas, ao atingir a ilha de Carriacou, em Granada.

“Em meia hora, Carriacou foi arrasada”, afirmou o primeiro-ministro do país caribenho, Dickon Mitchell, sem revelar quantas pessoas morreram ou acabaram feridas durante a passagem do fenômeno.

Avançando pelo Caribe, o “furacão de categoria 5 mais precoce já registrado no Atlântico”, segundo o NHC, também causou estragos em São Vicente e Granadinas. A nação foi atingida por “ventos catastróficos” e “tempestades potencialmente fatais”.

A previsão da organização norte-americana é que o fenômeno alcance a República Dominicana nas próximas horas. Por isso, o governo do país já emitiu um alerta vermelho para as províncias de Barahona e Pedernales, possíveis áreas mais afetadas.

Também ameaçada, a Jamaica já alertou a população sobre a possível chegada do furacão na quarta-feira (3).

De acordo com o último boletim emitido pelo NHC, os ventos mais fortes do furacão se estendem por até 65 km do centro do fenômeno, enquanto os vendavais com menor intensidade avançam por até 205 km.

FENÔMENO INCOMUM

Apesar do surgimento de furacões no Atlântico ser comum durante os meses de junho e novembro, a formação de um fenômeno tão forte quanto o Beryl surpreendeu cientistas. Segundo os especialistas, não é normal um furacão ser tão intenso no início da temporada.

“Apenas cinco grandes furacões, de categoria 3+, foram registrados no Atlântico antes da primeira semana de julho”, declarou o especialista em furacões Michael Lowry em seu perfil no X.

A Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos acredita que a temporada deste ano será extraordinária, com possibilidade de 4 a 7 furacões atingirem uma categoria igual ou superior a 3.

Para justificar o fortalecimento, a agência citou as temperaturas quentes do oceano Atlântico e as condições climáticas causadas pelo fenômeno La Niña no Pacífico.

Nos últimos anos, fenômenos meteorológicos extremos, como furacões, também têm se tornado mais frequentes e devastadores devido a mudanças climáticas.