Pelo menos 30 pessoas morreram, e outras 100 ficaram feridas, nesta sexta-feira (8), em um ataque com foguetes contra a estação de Kramatorsk, cidade do leste da Ucrânia, onde centenas de pessoas aguardavam um trem para deixar a região.
"Mais de 30 pessoas morreram, e mais de 100 ficaram feridas, após um disparo de foguetes contra a estação (...) É um ataque deliberado", afirmou o chefe da empresa ferroviária ucraniana Ukrzaliznytsia, Oleksander Kamyshin, no aplicativo Telegram.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, reforçou que as forças russas atacaram a estação, local "onde milhares de ucranianos pacíficos esperavam para serem evacuados". "Os não-humanos russos não abandonam seus métodos. Sem força e coragem para nos enfrentar no campo de batalha, eles estão destruindo cinicamente a população civil. Este é um mal que não tem limites. E se não for punido, nunca vai parar."
O exército da Rússia nega ter atacado a estação de trem ucraniana e denuncia 'provocação' de Kiev. Conforme a agência de notícia DW, o Ministério da Defesa disse que as informações "são provocação e são absolutamente falsas". "Em 8 de abril, as Forças Armadas russas não tiveram missões de fogo na cidade de Kramatorsk".
Mais corpos
A situação em Borodianka, uma cidade no noroeste de Kiev evacuada recentemente por tropas russas, é "muito pior" do que em Bucha, onde foram cometidos massacres de civis que causaram comoção mundial, declarou nesta quinta-feira (7) o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky.
Nesta pequena cidade "há mais vítimas" do que em Bucha, afirmou Zelensky em um vídeo, acrescentando que "cada crime será esclarecido e seu carrasco, encontrado".
Pouco antes, a procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, anunciou no Facebook que socorristas tinham encontrado 26 corpos nos escombros de dois edifícios bombardeados na cidade, que tinha pouco mais de 13.000 habitantes antes da guerra.
Mas "é impossível prever" quantos mortos houve no local, acrescentou Venediktova, para quem a localidade "é a cidade mais destruída da região".
Mortes, torturas, estupros
"Só a população civil foi alvo dos ataques: aqui não há nenhuma base militar", escreveu Venediktova no Facebook.
A procuradora declarou que os russos lançaram bombas de fragmentação e lança-foguetes pesados múltiplos, "que trouxeram morte e destruição". "Há provas de crimes de guerra das forças russas a cada momento", acrescentou.
"O inimigo bombardeou de forma covarde as infraestruturas residenciais à noite, quando mais gente havia", assegurou Venediktova.
Também acusou os soldados russos de se entregar a "assassinatos, torturas e surras" contra os civis, assim como estupros, razão pela qual as forças de ordem estariam coletando provas para os tribunais locais e internacionais.
Estas descobertas macabras se multiplicam há dias nas cidades desta região devastada pelos combates.
Ucrânia e os países ocidentais acusam os militares russos de "crimes de guerra" depois do aparecimento de dezenas de cadáveres, aparentemente civis assassinados com um tiro de arma de fogo, nas ruas de Bucha, a noroeste de Kiev.
O exército russo entrou em Bucha em 27 de fevereiro três dias depois da invasão da Ucrânia e permaneceu na cidade durante um mês.