Satélite de mais de 2 toneladas deve cair na Terra nesta quarta; lançamento foi há quase 30 anos

O ERS-2 era uma plataforma de observação com tecnologia de ponta e ajudou a monitorar mudanças climáticas e a prever desastres naturais

Um satélite europeu de mais de duas toneladas deve cair na Terra nesta quarta-feira (21). Lançado em 1995, há 29 anos, o ERS-2 era uma plataforma de observação com tecnologia de ponta e ajudou a monitorar mudanças climáticas e a prever desastres naturais.

De acordo com o físico, professor de Astronomia e colunista do Diário do Nordeste, Ednardo Rodrigues, o satélite possibilitou a coleta de dados que "são úteis até hoje para fazer simulações do clima do nosso planeta". 

A BBC informou que a atividade do aparelho, no entanto, diminuiu gradativamente desde que ele teve suas operações encerradas, em 2011, e, por isso, ele sofreu uma queda descontrolada e violenta na atmosfera, prevista para acabar nesta quarta-feira. 

A Agência Espacial Europeia (ESA) garante que a maior parte do satélite irá queimar e se desfazer durante o "mergulho" em direção à Terra. No entanto, a queda é preocupante por se tratar de um aparato de duas toneladas caindo de uma altura de mais de 500 quilômetros.

"Como está caindo de maneira descontrolada, é preocupante por ser um satélite tão pesado. Geralmente, quando a queda é controlada, os satélites que não funcionam mais são lançados sobre um ponto no oceano pacífico chamado ponto Nemo", explicou Rodrigues.

Não se sabe onde o satélite irá cair

Não se sabe ainda se o satélite já caiu nem onde irá cair. "O tempo é mais fácil de responder do que o local. Ele vai cair hoje. O local ainda está indeterminado, pois ele está desgovernado. Até ontem (20), poderia cair em qualquer local do mundo, mas, hoje, já há um refinamento e podemos excluir alguns lugares. Sabemos que o Brasil está livre de perigo. O local mais provável da queda é sobre o litoral dos Estados Unidos, na Califórnia", continuou o professor.

A descida do ERS-2 é acompanhada em tempo real pela ESA. Segundo a BBC, é possível que peças maiores e robustas do equipamento possam suportar o aquecimento gerado pelo "mergulho" em alta velocidade. No entanto, as chances dos fragmentos atingirem áreas povoadas e causarem danos graves são mínimas.

"E vale destacar que nenhum dos elementos que podem entrar na atmosfera [e atingir a superfície] é radioativo ou tóxico", garante o cientista Mirko Albani, do Departamento de Observação da Terra da ESA.