Dor de garganta, dor de cabeça e coriza são os principais sintomas relacionados à variante Delta da Covid-19, segundo aponta estudo conduzido no Reino Unido. Os primeiros casos desta nova variante, surgida na Índia, foram registrados no Brasil no fim de maio.
Atualmente, a Delta é a cepa mais comum da doença em território britânico, enquanto os sintomas em questão são os mais citados no país.
Segundo o professor Tim Spector, que comanda o estudo denominado de 'Zoe Covid Symptom', a nova cepa pode se parecer com uma espécie de "resfriado mais forte" para os jovens.
Ainda que eles não sejam tão graves em pessoas mais novas, os infectados podem transmitir mais facilmente, colocando outras pessoas em risco.
Mudança dos sintomas
Indicações do serviço de saúde pública do Reino Unido, o NHS, apontam que os sintomas clássicos da Covid-19 são a tosse, a febre, além da perda de olfato e paladar. Entretanto, desde maio deste ano, mostra o estudo, eles se tornaram menos comuns.
Cerca de 90% dos casos de Covid no Reino Unido são associados à variante Delta desde o fim do mês passado.
Enquanto isso, o estudo também revela que, apesar de a febre ainda se manter entre os sintomas comuns, a nova variante tem semelhanças mais próximas com o resfriado.
"A mensagem aqui é que, se você for jovem, terá sintomas mais leves de qualquer maneira. Pode parecer apenas um forte resfriado ou alguma sensação estranha, mas fique em casa e faça um teste", pontua Tim Spector.
Mais contagiosa
Ainda segundo estudo do serviço de saúde pública do Reino Unido, a variante Delta chega a ser 60% mais contagiosa que a variante Alfa, identificado no país no fim do ano passado.
A notícia positiva é que o número crescente de contágios não parece ter afetado as taxas de hospitalizações. O NHS acredita que a vacinação com duas doses tem exercido papel benéfico para mitigar o impacto da transmissão.
Quais vacinas servem para a variante Delta?
Além de dados sobre a transmissão e os sintomas, estudo da Public Health England (PHE) aponta que duas doses das vacinas Pfizer/BioNTech ou AstraZeneca/Oxford protegem efetivamente contra uma hospitalização pela variante Delta.
Em números reais, a vacina da Pfizer protege 96% contra os casos mais graves da variante Delta, enquanto a da AstraZeneca tem eficácia de 92%.
Conduzido entre 12 de abril e 4 de junho, o estudo fez análise em 14.019 casos de pessoas com a variante. Delas, 166 foram hospitalizadas.