A Polícia Civil do Espírito Santo conseguiu libertar, na sexta-feira (10), uma mulher de 25 anos que foi mantida em cárcere privado por quase uma década. O crime foi cometido pelo próprio tio dela, em Jucuruçu, no interior da Bahia.
A vítima era dada pela família como desaparecida desde 2015 e foi encontrada em uma área de difícil acesso.
O caso chegou à Polícia após a própria vítima conseguir entrar em contato com familiares por meio de uma rede social e pedir socorro. Em depoimento, ela relatou que sofreu diversas violências no período em que esteve presa.
Segundo o g1, que publicou as informações, o suspeito, de 43 anos, deu um celular à sobrinha há cerca de oito meses. Ela, então, teria utilizado o aparelho para pedir o resgate. Veja o momento do reencontro dela com o pai:
Sequestro
Segundo o relato da vítima, ela foi coagida em 2014, quando o tio cometeu o primeiro abuso sexual contra ela. Ela contou, além disso, que foi sequestrada aos 15 anos, no Espírito Santo, e levada para Teixeira de Freitas, no extremo sul da Bahia.
Longe de casa, foi mantida trancada na casa do tio, que dizia que, se tentasse fugir, mataria não apenas ela, como, também, todo o restante da família. Por causa dessas ameaças, a jovem só saía de casa acompanhada do agressor e era vigiada por ele o tempo todo. E deixou, inclusive, de frequentar a escola.
Vítima chegou a engravidar do tio
No relato, a vítima contou ainda que os dois viajavam apenas de carro, nunca de ônibus, e moraram em outras cidades, como Vitória, no Espírito Santo, antes de chegar a Jucuruçu, na Bahia, onde foi resgatada.
Devido aos abusos sexuais, ela engravidou do tio e teve o bebê, mas o recém-nascido morreu poucos dias após o parto.
A mulher alegou, também, que era obrigada a trabalhar no roçado e que recebia R$ 100 do tio pelo serviço, sem contar que era agredida fisicamente com frequência.
Suspeito fugiu
No cativeiro, a Polícia encontrou três armas de fogo de fabricação caseira, munições e documentação falsa. O suspeito, no entanto, conseguiu fugir para a mata ao notar a chegada dos agentes de segurança, e está considerado foragido.
"O criminoso conhecia muito bem a área e, apesar de ser perseguido pelos policiais por um longo período, conseguiu evadir. Continuamos as buscas para capturá-lo", disse o delegado responsável pelo caso, Fabrício Lucindo.