Um bebê de dois meses morreu na madrugada desta segunda-feira (16), em Salvador, na Bahia. Emanuel Pitanga passou por três lavagens nasais na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Marback. A criança sofreu duas paradas cardíacas, após o procedimento. Familiares alegam erro médico. A Secretaria Municipal de Saúde lamentou o ocorrido e investiga o caso.
À TV Bahia, a família relatou que o menino estava gripado durante o feriadão de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Irará, a 135 km da capital baiana. Os pais do menino levaram o bebê ao posto da Cidade e foram informados que o filho precisaria ser internado.
A médica do local, contudo, garantiu que os pais poderiam levar a criança em segurança para Salvador, onde moram.
Internação na UPA do Marback
A família chegou à UPA do Marback, por volta de 19h, do domingo (15). No local, os profissionais realizaram uma lavagem nasal para retirar a secreção. Conforme a família, o menino teve duas paradas cardíacas.
"Ele passou pela triagem e logo em seguida a pediatria o chamou. O médico pediu para uma técnica fazer lavagem nasal três vezes e indicou um medicamento em uma bombinha. Ela fez os procedimentos, ela mandou debruçar o bebê nos peitos da minha esposa. Minha esposa explicou que um pessoal falou que o procedimento era para frente, para que o soro passasse e saísse pelo outro lado, mas ela disse que o bebê tinha que engolir", explicou Vanderson Pitanga, pai do garoto.
Ainda segundo Vanderson, os procedimentos foram realizados por uma técnica de enfermagem. Juliana Pitanga, mãe do bebê, perguntou se poderia amamentar o garoto. A profissional autorizou o procedimento. "Ele mamou um pouquinho, não durou tempo nenhum. Ele começou a se entalar e começou o processo de reanimação dele", relembrou o pai da criança.
Já Juliana relatou o momento de terror quando viu secreção saindo pela boca do filho. “Comecei a limpar, uma outra técnica, que ia fazer a quarta lavagem, viu e disse: ‘olhe, mãe, quando ele tiver se entalando com secreção, ponha ele de bruço. Foi aí que ele começou a perder o ar, se sufocar. Eu falei que ele estava se entalando, ela levantou ele de vez e ele chorou”, disse.
Juliana relata ainda que a técnica de enfermagem deitou Emanuel e o menino se engasgou novamente. "Eu saí correndo pedindo para alguém socorrer meu filho. O levaram para a sala vermelha, tentaram reanimar e me disseram que ele estava bem. Depois, uma outra médica disse que ele seria transferido", contou.
Causa da morte
Emanuel foi transferido para a ala pediátrica do Hospital Roberto Santos. Contudo, morreu na madrugada desta segunda-feira.
"Disseram para meu esposo que a causa da morte foi que ele broncoaspirou com o excesso da lavagem. Todas a seringas com soro que ela aplicou ele engoliu. O certo era ela fazer com ele virado para a frente, para que o soro saísse na lateral", contou.
O que diz a Secretaria Municipal de Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) disse lamentar o ocorrido e se solidarizou com os familiares. A SMS de Salvador informou que está apurando o caso.
"A SMS destaca que está apurando o caso com todo empenho, cuidado e atenção. A gerência executiva do órgão está na unidade terceirizada, onde faz o levantamento de todo prontuário do paciente, passo a passo do atendimento e reunião com os profissionais envolvidos", dizia a nota enviada ao Metrópoles.
A Pasta ainda relatou que a organização social responsável pela gestão do Pronto Atendimento Alfredo Boureau já foi notificada.