Glândula em forma de borboleta e situada na região anterior do pescoço, a tireoide é uma glândula importante do corpo humano, responsável pela produção dos hormônios triiodotironina (T3) e tiroxina (T4).
Entretanto, como uma glândula importante nas funções celulares, as alterações nela são capazes de despertar distrúbios diversos. É o caso do hipertireoidismo e do hipotireoidismo. O primeiro se caracteriza pelo excesso de produção hormonal, enquanto o segundo pela deficiência.
Nas últimas semanas, desde a estreia do Big Brother Brasil 22, o hipotireoidismo virou um dos assuntos mais buscados na Internet, logo após a cantora e atriz Maria revelar no confinamento que sofre com a doença.
Deficiência hormonal
Existem alguns motivos já estudados cientificamente que podem desencadear essa deficiência. Segundo a médica endocrinologista Ana Paula Torquato, ela pode ocorrer seja por uma cirurgia, pela utilização de iodoterapia ou, na forma mais comum, por uma doença autoimune chamada de tireoidismo de hashimoto.
No caso dessa última, o corpo cria anticorpos que atacam diretamente as células da tireoide. Assim, a produção de T3 e T4, agentes importantes nas operações do organismo, ficam especialmente comprometidas.
Descobrir a doença, claro, é importante. "O diagnóstico é realizado através de exame de sangue, onde se pode analisar as produções do paciente. Já o diagnostico dos nódulos ou de câncer, que também podem acometer a tireoide, é feito por meio de ultrassom e biopsia", explicita Ana Flavia.
As suspeitas em relação à doença, conforme explica a especialista, podem vir de diversas frentes. Os sintomas, certamente, acabam indicando um caminho mais específico a ser analisado.
"Entre os sintomas mais comuns, o hipotireoidismo traz cansaço, falta de energia e sonolencia execessiva. Entretanto, ele também pode causar fraqueza muscular, intolerância ao frio, voz mais rouca, lentificação geral, edema com ganho de peso, unhas quebradiças, dor nas juntas e irregularidade menstrual", pontua a médica.
Qual o tratamento para o hipotireoidismo?
Ainda de acordo com estudos científicos, a doença em questão é tratada diretamente com a reposição do hormônio da tireoide. Na maioria das vezes, esse processo normalmente não é complexo, mas precisa ser acompanhado com dosagens dos níveis hormonais no sangue.
Para isso, Ana Flavia opina que também é importante saber da origem da doença. "Existem casos de tireoidites transitórias, porém, na grande maioria dos casos, ela é crônica, é autoimune, que é o hipotireoidismo de hashimoto, e que não tem cura", afirma. Ela lembra que não há intervenção cirúrgica.
Exatamente por isso, sabe-se sobre alguns fatores que podem despertar essa condição. "Em relação à alimentação, por exemplo, existe um hipotireoidismo que é visto em áreas onde tem deficiência de iodo. Aqui no brasil, o sal é iodado, entao já se reduziu muito essa etiologia. Para esses casos, as pessoas precisam tomar hormônios, manter uma alimentação saudável, rica em frutas e verduras, assim até mesmo como pessoas que não tem a doença", complementa.
Existem grupos de risco?
Uma população que necessita de uma atenção especial nesse sentido são as gestantes. Assim, precisam tomar multivitamico contendo iodo, com acompanhamento médico, pra evitar que ocorra deficiência durante o período de gravidez.
O hipotireoidismo está associado à agressividade?
Segundo Ana Flávia Torquato, muito se fala dessa questão, mas não há relação. "Ele por si só não se associa à agressividade. Portanto, é muito improvável que apenas a doença tenha sido o fator determinante para o episódio que ocorreu no confinamento do BBB, por exemplo", disse em referência à expulsão de Maria por agressão.
"De fato, como a glândula pode promover sintomas e alterações em diversos órgãos muitas vezes ela é considerada culpada em diversos episódios nos quais ela sequer pode ser culpabilizada", finaliza