A cada dia, a dor da família Brito aumenta. Além da saudade da jovem sorridente Stefhani, os familiares têm que conviver com o medo e com o sentimento de injustiça ao lembrarem que o suspeito de cometer o crime bárbaro, Francisco Alberto Nobre Calixto Filho, segue foragido, há um ano.
A mãe de Stefhani, Maria Rosilene Brito, não tira a filha do pensamento, em nem um instante. "Passou um ano já e ele ainda está solto, impune. Para a gente, que é da família, parece que aconteceu ontem. A gente não consegue esquecer, é muito difícil, muito doloroso", lamenta.
O período foi longo o suficiente para a Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Fortaleza, da Polícia Civil do Ceará (PCCE), concluir o Inquérito Policial e indiciar o suspeito, e o Ministério Público do Ceará (MPCE) acusá-lo, ainda sem a sua prisão. O processo já está na fase de instrução, na 1ª Vara do Júri do Fórum Clóvis Beviláqua. A primeira audiência, com oitiva de testemunhas de acusação e defesa, foi realizada no dia 24 de outubro de 2018; e a segunda, está marcada para 23 de janeiro próximo.
Francisco Alberto está com um mandado de prisão preventiva em aberto pelo crime de feminicídio e pela Lei Maria da Penha. Devido à barbaridade do caso e a sua repercussão, ele ingressou na lista dos mais procurados pela Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), com outros 14 criminosos.
A Pasta, que ainda não foi capaz de encontrar o foragido, pede que a população contribua com o trabalho de buscas. As denúncias podem ser feitas pelo número 181, o Disque Denúncia da SSPDS, e pelo telefone (85) 3101-2055, da DDM. O sigilo é garantido.
Barbaridade
O corpo de Stefhani Brito, 22, foi encontrado no dia 1º de janeiro de 2018, na Lagoa da Libânia, no bairro Mondubim, em Fortaleza, com lesões provocadas por objeto contundente. As horas seguintes foram suficientes para a Polícia chegar ao nome do seu ex-namorado, tratado desde então como principal suspeito.
A jovem tinha ido encontrar Francisco Alberto em sua casa na noite anterior. A investigação aponta que o homem espancou a vítima antes de matá-la e, depois, a carregou morta em uma motocicleta. Câmeras de monitoramento flagraram o criminoso transitando pelas ruas de Fortaleza com Stefhani na garupa, antes de ocultar o cadáver na lagoa.
Segundo Maria Rosilene, a filha morou junto do ex-namorado durante cinco anos. E resolveu terminar o relacionamento em meados de julho de 2017. O relacionamento era abusivo, e a Polícia levantou que o rapaz de 25 anos já tinha espancado e estuprado a companheira, quando namoravam. "A prisão dele não vai trazê-la de volta, mas vai trazer um alívio", afirma a mãe da vítima.