Em menos de cinco anos, 148 mulheres foram vítimas de feminicídios no ceará. Os filhos, na maior parte dos casos, ficam órfãos de mãe e pai ao mesmo tempo, já que muitas das vezes são os próprios companheiros que cometem os assassinatos. Mas afinal, quantos órfãos de feminicídio existem no ceará? Quem fica com a guarda dessas crianças? Essas foram alguns questionamentos feitos para as autoridades na reportagem especial de Emanoela Campelo.
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Os bastidores dessa apuração foram tema do episódio 43, do podcast Pauta Segura. A repórter Emanoela Campelo e o editor Emerson Rodrigues discutiram as dificuldades para obter dados e conversaram sobre a experiência de ouvir filhos e mães dessas vítimas.
No episódio, temos o relato de um menino de 11 anos, que aos sete, viu a mãe ser morta pelo pai, que já chegou atirando enquanto ele brincava com os amigos na calçada de casa. Passados quatro anos da morte de Maria Rosimeire de Santana, as memórias dos bons momentos e da tragédia que presenciou no dia 2 de abril de 2019 não se apagam da mente do menino.
Ele perdeu a mãe para a violência do pai, Severo Manoel Dias Neto, condenado a 23 anos de prisão. A família da criança também enfrenta a dificuldade em ter de forma oficial a guarda do menino.