No período de uma semana, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) abordou cinco caminhoneiros que usavam drogas para permanecerem acordados em longas viagens no Ceará. Eles faziam uso dos chamados "rebites" e até de cocaína para inibir o sono e seguir na direção por mais tempo.
Um deles dirigia sem parar há mais de 24 horas no momento da abordagem. O condutor saiu de Sacramento, em Minas Gerais, e tinha como destino Maracanaú, mas foi parado em Jaguaribe e autuado por porte de cocaína.
Ele relatou aos policiais que precisava cumprir prazos. A justificativa foi a mesma para os outros quatro casos em rodovias federais nesta semana.
Em Tianugá, no norte cearense, dois foram abordados na terça-feira (28) e outro nessa quarta-feira (29). Eles flagrados com cartela de drogas "Nobésio Extra Forte", que é proibida no Brasil. Um dos motoristas disse que rodava por muitas horas para conseguir pagar o caminhão que ele havia comprado há um mês.
Ainda nessa quarta, a PRF abordou um caminhoneiro em Icó com anfetamina e 10 gramas de maconha.
Todos os condutores assinaram um Termo Circunstancio de Ocorrência (TCO) e se comprometeram a comparecer perante ao Juizado Especial Criminal de suas comarcas, pois foram autuados por porte de drogas para consumo próprio.
Riscos
A PRF alerta que o uso de rebite aumenta o risco de acidentes nas rodovias, por conta do desgaste físico e mental da falta de descanso.
"É importante frisar que acidentes envolvendo veículos de carga costumam ser de maior gravidade no que diz respeito à lesividade de feridos. No Ceará, durante o ano de 2023, a PRF apreendeu 2.179 unidades de anfetaminas com caminhoneiros", diz o órgão.
Nos primeiros meses de 2024, no Ceará, PRF já autuou 1.068 motoristas profissionais na "Lei do Descanso". "O número é alarmante, pois representa 70% de todas as notificações realizadas para a mesma infração durante todo o ano de 2023, quando foram registradas 1.564 notificações", avalia a corporação.