O policial penal Fabrício Hernuzzio da Silva Viana, flagrado em um veículo com placas adulteradas e na posse de moedas falsas em Fortaleza, foi demitido pela Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Ceará (CGD). O ex-servidor também já foi detido por vender ilícitos pelas redes sociais, como armas de fogo, munições e automóveis produtos de crimes.
A demissão foi publicada em portaria no Diário Oficial do Estado (DOE) da última terça-feira (3). A CGD considerou que Fabrício Hernuzzio cometeu transgressões disciplinares de natureza grave e que, por isso, "não há como aplicar penalidade diversa da demissão ao servidor público ora processado", segundo o Órgão.
Nesse sentido, comprovou-se demasiadamente, com base no irrefutável conjunto probatório ventilado nos autos, as graves irregularidades na conduta do acusado, de modo que a punição capital é medida que se impõe, pois além de trazer evidente prejuízo à imagem da Secretaria da Administração Penitenciária perante a sociedade, que espera comportamento exemplar de um profissional voltado à segurança penitenciária, também serve de péssimo exemplo aos demais integrantes da instituição."
O policial penal é réu, na Justiça Estadual, pelos crimes de moeda falsa e adulteração de sinal identificador de veículo automotor, junto de um policial civil e outras duas pessoas, desde o dia 31 de maio de 2021.
Segundo a denúncia do Ministério Público do Ceará (MPCE) no caso, um suspeito negociou uma compra de anabolizantes com um homem, nas proximidades de um supermercado, localizado na Avenida Francisco Sá, em Fortaleza, no dia 25 de abril de 2017. No momento da entrega do produto, o policial civil abordou o vendedor, deu voz de prisão e o algemou.
O vendedor foi colocado em um carro, de propriedade da companheira do policial penal, que estava com as placas adulteradas por fita isolante. Os clientes do supermercado se assustaram com a ação, desconfiaram de um sequestro e acionaram uma viatura da Polícia Militar, que passava pelo local e começou a perseguição.
Os PMs deram ordem de parada, que foi obedecida pelos suspeitos. Ao realizarem vistoria no veículo, os PMs encontraram 80 cédulas falsas de R$ 50 (o que totalizaria R$ 4 mil) e as placas do automóvel adulteradas.
Policial virou réu por venda de ilícitos
O policial penal Fabrício Hernuzzio da Silva Viana virou réu na Justiça Estadual, na última segunda-feira (2), por suspeita de comercializar armas de fogo, munições e veículos ilícitos, pelo aplicativo WhatsApp.
O ex-servidor da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) foi preso preventivamente na Operação Carlos Brito, deflagrada pelo Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc), do MPCE, no dia 27 de maio do ano passado.
O nome da Operação faz referência à forma como Fabrício chamava os ilícitos: "Carlos Brito", uma derivação de "cabrito", como são conhecidos vulgarmente esses produtos no mundo clandestino. O servidor é investigado pelos crimes do Sistema Nacional de Armas de Fogo, receptação qualificada e estelionato.
Além do mandado de prisão, a ofensiva cumpriu mandados de busca e apreensão pessoal e domiciliar contra o policial penal, que tentou fugir e descartar os itens. Foram apreendidos cerca de R$ 11 mil, munições de vários calibres, arma de fogo, mais de 20 celulares, computadores e outros materiais.
A Operação contou com o apoio da Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da CGD; da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (Coin-SSPDS); e da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Administração Penitenciária (Coint-SAP).
Na ocasião, a CGD informou, por nota, que "determinou ainda a instauração de procedimento disciplinar em desfavor do agente nos fatos apurados pelo MP, para apuração também na seara administrativa". Enquanto a SAP garantiu que o compromisso da Pasta "é combater o crime organizado principalmente dentro do sistema prisional. A Secretaria não compactua com corrupção e apoia o Ministério Público com ações que combatem o crime".