A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) investiga um policial penal que,conforme relatório técnico produzido pela Coordenadoria de Inteligência da Pasta, ameaçou o titular da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), Luís Mauro Albuquerque. Foi instaurado um processo administrativo-disciplinar contra o policial penal Edvan Julião Carvalho para apurar a conduta do servidor devido aos atos.
De acordo com a publicação da CGD no Diário Oficial do Estado dessa quarta-feira (13), Edvan Julião teria veiculado áudios no WhatsApp com supostas ameaças às pessoas de Mauro, Alexandre e Moreira. Posteriormente foi descoberto que Mauro a quem ele se referia era o secretário, e os outros os policiais penais Carlos Alexandre Oliveira Leite e Germano Moreira de Carvalho, também seus superiores hierárquicos.
Consta em trecho da publicação que o policial penal investigado dirigiu ofensas, falas de “baixo nível e depreciativas” e intimidações à gestão da SAP. A Controladoria apura a conduta do servidor.
A Secretaria foi questionada se o policial em questão foi afastado das funções. Por nota, a SAP se pronunciou afirmando que o caso é apurado pela CGD e que "está à disposição de qualquer necessidade do referido órgão".
[Atualização: 19/10/2021, às 9h14] O policial penal Edvan Julião Carvalho enviou uma nota ao Diário do Nordeste alegando que o processo disciplinar foi instaurado devido a áudios enviados por WhatsApp "com desabafos" contra a gestão da SAP. No texto, Carvalho relata ainda ter sofrido assédio por parte do comando da Secretaria após denunciar supostas irregularidades.
Sou contra as perseguições e assédios morais praticados com os policiais penais pelo comando da SAP. Quanto a mim, tenho 26 anos de contribuição e serviços prestados à administração pública e à população, que o diga quem me comandou e trabalhou comigo (sic)."
Policial já havia sido preso por dano ao patrimônio e ato obsceno
Em outubro do ano passado, Edvan Julião Carvalho chegou a ser preso em Caucaia sob suspeita de dano ao patrimônio e por ato obsceno. Ele e uma mulher teriam causado transtorno em um posto de combustíveis. A informação é que ambos estavam embriagados.
Consta nos autos que o policial chegou a rasgar uma nota de R$ 50, mostrou sua genitália e urinou na frente de populares. Na delegacia, ele teria se recusado a prestar depoimento. Horas depois, o agente foi para audiência de custódia e por decisão judicial retornou à liberdade.
GOVERNADOR AMEAÇADO
Já neste ano, a Polícia Civil do Ceará abriu procedimento para investigar ameaças de morte ao governador cearense Camilo Santana (PT) em meio à pandemia.
O caso teria acontecido em um grupo de ‘whatsapp’ formado por membros que se dizem contrários às medidas restritivas adotadas no Estado. Em um dos áudios, um homem, que já tem antecedentes criminais, chama o governador e outros políticos cearenses de “bandido” e relata que tem “amigos militares” que teriam “o olho quente”.