Um policial militar foi preso na manhã desta quinta-feira (28), no bairro Mondubim, em Fortaleza. Conforme a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário (CGD), o cabo foi autuado em flagrante por porte ilegal de arma de fogo. Apesar do militar ter permissão para andar armado, no momento da abordagem ele estava com uma arma cuja origem não soube explicar e a permanência para a utilização.
O agente em questão já era investigado por extorsão e sequestro. A reportagem apurou que contra o cabo havia mandados de prisão, busca e apreensão abertos decorrentes de um inquérito instaurado pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI) para apurar extorsão mediante restrição de liberdade ocorrida no fim do ano passado. Foi o cumprimento do mandado que levou à abordagem.
O caso no qual o cabo é investigado ocorreu em novembro de 2020, quando o sargento José Eliomar Nazareno e um ex-policial identificado como Wandson Luiz da Silva chegaram a ser presos em Maracanaú após invadir uma residência, sequestrar um homem e pedir dinheiro à família da vítima para libertá-lo. Na época, a CGD informou que os homens se passaram por policiais civis para invadir a casa da vítima e a conduzirem sob alegação que ela precisava prestar depoimento.
Os familiares do homem sequestrado disseram que os suspeitos levaram um celular e um notebook da residência. A família chegou a pagar o valor extorquido, mas recuperou o dinheiro após ação dos investigadores
A participação de um terceiro envolvido na ação que teria fugido permaneceu sob apuração. A reportagem teve acesso ao inquérito, onde consta que na época da prisão de Eliomar e Wandson um terceiro suspeito identificado apenas como “MI” conseguiu fugir.
A suspeita agora é de que este seria o cabo, localizado e preso nesta quinta pelas equipes da DAI com apoio da Coordenadoria de Inteligência (Coin), da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS).
A Controladoria destaca que providências administrativas para apuração na seara disciplinar também foram adotadas. Os investigadores não descartam envolvimento de um quarto militar na extorsão mediante sequestro.
O cabo da PMCE se encontra à disposição da Justiça e deve ser encaminhado ao Presídio Militar.