Paulo Diego da Silva Araújo, o 'Dino' ou 'Universitário', de 38 anos, preso no último domingo (9), era o número 1 de uma facção criminosa paulista no Ceará e morava em uma casa de luxo, no Município de Salto, em São Paulo, desde 2019, segundo informações da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS), divulgadas em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (10).
A prisão ocorreu justamente na residência onde 'Dino' morava. "Ele estava morando em um condomínio de luxo, tomando todas as precauções que um criminoso da experiência dele costuma tomar. Mas um trabalho muito intenso de investigação e Inteligência da Polícia Civil permitiu que ele fosse localizado", afirmou o titular da SSPDS, Sandro Caron.
O secretário conta que Paulo Diego, procurado pela Polícia cearense desde 2018, acreditava que estaria "protegido" por residir em São Paulo, berço da facção criminosa, e continuava a ordenar crimes para serem praticados no Ceará. A residência era alugada, no nome de outra pessoa. O acusado tentou fugir, mas foi alcançado.
Ele tinha uma atuação de muitos anos no tráfico internacional de drogas, integrava uma facção paulista que se instalou no Estado, ele era a grande liderança dessa facção aqui no Ceará. Tinha antecedente também por roubo.
O titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), delegado Kléver Farias, acrescenta que 'Dino' integrava o Resumo da Disciplina da organização criminosa: "Ele era responsável por determinar a prática de homicídios, atentados e diversos outros crimes".
A Draco chegou até o foragido através de levantamentos policiais, troca de informações com a Coordenadoria de Inteligência (Coin) da SSPDS e com o Departamento de Inteligência Policial (DIP), da Polícia Civil, e interceptações telefônicas. A investigação acredita que ele estava em São Paulo desde 2019.
Um dos mais procurados do Ceará
A prisão de 'Dino' se deu por força de um mandado de prisão pelo crime de organização criminosa. O delegado Kléver Farias conta que ele virou alvo da Draco quando os investigadores perceberam o poder dele dentro da facção no Ceará, durante levantamentos da Operação Aditum, deflagrada em 2019 para cumprir mais de 200 ordens judiciais.
Paulo Diego se tornou um dos mais procurados da Polícia cearense e entrou para o Programa de Recompensa da SSPDS, em março deste ano. A Pasta pagaria R$ 7 mil para quem fornecesse informações que ajudassem na localização e na prisão do foragido.
O líder da facção criminosa paulista já foi condenado por tráfico internacional de drogas, no bojo da Operação Cardume, da Polícia Federal (PF). E ainda é apontado como suspeito de colocar um carro-bomba próximo à Assembleia Legislativa do Ceará; por tentar comprar habeas corpus nos plantões do Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE), em um esquema descoberto pela Operação Expresso 150, também da PF; e de ordenar ataques criminosos ocorridos no Ceará, em 2019.