'Fingi que tinha desmaiado para ele parar de me bater': mulher denuncia agressões em Beberibe

A mulher foi levada pelas testemunhas à delegacia e prestou Boletim de Ocorrência. Pediu medida protetiva, mas o suspeito não foi preso em flagrante

Era segunda-feira de Carnaval, 20 de fevereiro de 2023, quando Anna (nome fictício) implorou para não morrer. Há menos de uma semana, a mulher entrou para as estatísticas das vítimas de violência doméstica. Agredida pelo ex-namorado em Beberibe, Interior do Ceará, teve que fingir ter desmaiado na tentativa de o agressor cessar o ataque.

O fim do relacionamento veio ainda no último mês de janeiro. Anna aproveitava o Carnaval junto a uma amiga, na praça de Beberibe, quando foi surpreendida pelo ex: "bateu no meu ombro e disse: é essa daí", indicando ao amigo que foi com ela que manteve um namoro recente.

Anna não se importou com a conversa e continuou na festa. Horas depois, foi para casa sozinha. Já se preparava para dormir quando alguém bateu à porta: "pensei que era a minha amiga, quando fui ver, era ele. Empurrou a porta com tudo e já começou a me bater".

A sessão de espancamento continuou quando o suspeito trancou a porta. De acordo com a vítima, o homem pegou uma cadeira, jogou contra a ex e disse que ali mesmo ela seria assassinada.

"Eu pedia que ele se acalmasse e ele dizia que já não tava mais nem aí. Tentou atacar um ferro em mim. Quanto mais eu pedia, mais ele me batia. Jogou meu celular na parede e eu gritava pelos vizinhos, mas ninguém me escutava. Teve uma hora que eu fingi que tinha desmaiado para ele parar de me bater, para ver se ele parava" (sic)
Vítima

O ataque não parou. Anna conta que continuava sendo agredida, e conseguiu chegar a uma janela. Se jogou.

"Abri a janela do primeiro andar e me joguei. Ele se jogou atrás. Foi aí que os vizinhos viram, gritaram e ele saiu correndo".

INVESTIGAÇÃO

A mulher foi levada pelas testemunhas à delegacia e prestou Boletim de Ocorrência. Pediu medida protetiva, mas o suspeito não foi preso em flagrante.

Agora, Anna vive como outras vítimas de violência doméstica: temendo que a situação se repita e sem saber mais como pode se proteger.

"Decidi expor tudo nas redes sociais para que as pessoas próximas saibam quem ele é. Ele dizia que se eu apanhava era por culpa minha, mas hoje eu sei que não", afirma.

A reportagem questionou a Polícia Civil do Ceará se existe mandado de prisão para o suspeito, mas não teve resposta sobre. Por nota, a Polícia diz que investiga a ocorrência e que realiza oitivas e diligências para apurar o caso.