Filho de mulher morta por educador físico gritava por socorro em casa quando a Polícia chegou

O crime ocorreu na frente da criança de 11 anos, na residência da família no bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza

O filho do educador físico que matou a esposa a facadas no bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, gritava por socorro quando a Polícia Militar do Ceará (PMCE) chegou à residência da família na manhã dessa quarta-feira (31). Segundo o inquérito do caso, obtido pelo Diário do Nordeste, foi a criança quem atendeu o interfone e abriu o portão para os policiais. 

Segundo o depoimento dos PMs que atenderam a ocorrência, assim que o garoto viu a composição policial gritou: "Olha o que ele fez com a minha mãe, ele matou minha mãe".

O agressor, Antônio Márcio Ribeiro Parente e Silva, de 49 anos, foi encontrado com uma faca ao lado do corpo da mulher, Cristiane Lameu e Silva, de 45 anos, já sem vida. Ele foi preso em flagrante ainda na quarta por feminicídio e por causar constrangimento à criança que estava sob a guarda dele. 

Homem mandou filho se trancar em carro 

Ainda de acordo com o inquérito, o menino de 11 anos contou a um PM que durante discussão que culminou na morte da mãe, seu pai pediu para que ele entrasse no carro da família, se trancasse e colocasse fones de ouvido. 

Ele relata que ouviu os pais brigando e viu o pai esfaqueando a mãe, e conta que o agressor usou uma faca menor e depois pegou uma faca maior. Ao ver a mãe sendo atingida, ele desceu do veículo e começou a gritar por socorro. 

O depoimento de uma vizinha do casal dá conta que a criança foi levada à casa dela após a chegada da Polícia. A tia dele, irmã da vítima, foi ao local para pegar o sobrinho, e ela conta que ouviu a criança relatar o ocorrido.

"Tia, o pai pediu para eu entrar no carro e colocar os fones de ouvido porque ia discutir com a mamãe. Mas eu não consegui ficar dentro do carro porque ele começou a agredir ela", teria dito o filho do casal. 

Prisão preventiva 

Antônio Márcio teve a prisão em flagrante convertida em preventiva nesta quinta-feira (1º) pela 17ª Vara Criminal da Comarca de Fortaleza. O pedido foi feito pelo Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) e acatado pela juíza Adriana da Cruz Dantas. 

A decisão se baseou na natureza do crime, que foi feito na frente do filho do casal, e na constatação do feminicídio por meio de "indícios suficientes da autoria", fatos que demonstram a "periculosidade" do suspeito.

"Saliento, por oportuno, que o delito de feminicídio figura entre os crimes que admitem a decretação da prisão preventiva, eis que a pena máxima cominada para o mencionado delito é superior a quatro anos", diz trecho da decisão da magistrada. 

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