Em menos de uma semana, três tiroteios foram registrados no entorno da Escola de Tempo Integral (ETI) Professora Maria Mirtes Bastos Mangueira, no bairro Granja Lisboa, em Fortaleza.
Segundo apuração do Sistema Verdes Mares, os primeiros casos aconteceram na quarta e quinta-feira da semana passada, fazendo com que as aulas na unidade de ensino fossem suspensas na última sexta-feira (7). Em um dos tiroteios, um homem que era perseguido chegou a pular os muros da escola para fugir do ataque.
As aulas foram retomadas na última segunda-feira (10), mas uma nova ocorrência com tiros foi registrada na tarde desta quarta-feira (12).
Um policial militar ouvido pela reportagem disse que o complexo esportivo do Bom Jardim, que fica em frente à escola, divide os territórios de facções criminosas rivais, o que vem motivando os tiros na disputa pelo uso da Areninha.
A Secretaria Municipal da Educação (SME) afirmou, em nota, que tem dado o suporte possível à comunidade escolar, diante do cenário de insegurança na região do Bom Jardim nos últimos dias. A secretaria disse que as aulas na unidade seguem e que mais de 80% dos estudantes assistiram às aulas nesta quinta-feira (13).
Conforme a pasta, foi solicitado reforço da Polícia Militar e da Guarda Municipal, que disponibilizou uma equipe para a escola nesta quinta.
"A gestão escolar tem prestado assistência, com a atuação das equipes de psicologia e mediação escolar na gestão de pós-estresse. A SME trabalha com a metodologia do Acesso Mais Seguro (AMS), desenvolvida pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), com o objetivo de mitigar situações referentes aos conflitos territoriais armados", diz a pasta.
Arma e munição apreendidos
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que as Forças de Segurança reforçaram o policiamento nas proximidades da escola, e que equipes da Polícia Militar do Ceará (PMCE) em patrulhamento apreenderam, na terça-feira (11), uma arma de fogo calibre 40, 13 munições e um carregador em via pública da região.
A pasta destaca ainda que a Polícia Civil, por meio do 32º Distrito Policial (DP), realiza diligências para apurar as circunstâncias do caso. "Além da parte investigativa, de inteligência e de policiamento, os trabalhos ostensivos na região também foram reforçados com o Grupo de Segurança Escolar (GSE) do Comando para Prevenção e Apoio às Comunidades (Copac) da PMCE", disse a SSPDS.