Os dois irmãos suspeitos de roubarem e matarem o empresário Anderson Luís Kowalski, de 46 anos, no bairro Sabiaguaba, em Fortaleza, confessaram à Polícia que monitoraram a vítima por 4 dias antes de cometerem o crime, motivados por vingança. As prisões em flagrante da dupla foram convertidas em prisões preventivas pela Justiça Estadual, nesta quarta-feira (10).
Conforme documentos obtidos pelo Diário do Nordeste, José Lucas Martins da Silva, de 23 anos, assumiu ter planejado o crime e ter convidado o irmão, Levi Martins da Silva, 19, para ajudá-lo no delito, em depoimento prestado à 7ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Ceará (PC-CE).
José Lucas disse que planejou matar Anderson Luís por vingança, devido a uma dívida de dinheiro que a vítima tinha com ele, referente a trabalho. E que o roubo dos pertences do empresário - um carro, uma televisão e cartões de crédito - se deu "em decorrência da situação".
Os irmãos monitoraram Anderson por 4 dias (desde a última quinta-feira, dia 4 de agosto) e esperaram o melhor momento para praticar o crime. Para isso, ficaram escondidos em uma casa abandonada, a 900 metros de distância da residência da vítima (que também servia como galpão para a sua empresa produtora de eventos), no bairro Sabiaguaba.
Na manhã da última segunda (8), Anderson realizou algumas atividades da sua empresa fora de casa e voltou para o imóvel por volta de 11h. Lucas e Levi já o aguardavam dentro da residência, após pularem o muro, renderem dois funcionários da vítima que trabalhavam no local e se armarem com facas da casa. Os dois trabalhadores foram amarrados e isolados em compartimentos diferentes do imóvel.
Veja o vídeo da prisão
Vítima foi espancada e esfaqueada
Ao chegar em casa, Anderson Luís Kowalski também foi amarrado e levado a um banheiro, onde foi espancado e esfaqueado até a morte. José Lucas Martins da Silva assumiu à Polícia a autoria das agressões, enquanto o irmão estaria subtraindo os produtos da residência.
Antes do empresário ser morto, a dupla exigiu a senha de dois cartões bancários. E, após cometerem o crime, os irmãos passaram em lojas para comprarem 6 pares de tênis e várias blusas.
Os dois funcionários do empresário, que também foram rendidos e amarrados, não chegaram a ser agredidos. Segundo eles, os criminosos disseram "nós queremos só o 'Zen' (como era conhecido Anderson), não faremos nada com você, pois você é trabalhador e pai de família".
Anderson Luís implorou aos criminosos para não ser morto. "Cara, eu gostava tanto de você. Eu fiz de tudo para ajudar você e a sua família. Não me mata, não!", contaram as testemunhas à Polícia.
Perseguição policial e prisão da dupla
Ao chegarem no galpão, outros funcionários da empresa de Anderson Luís se depararam com a cena de crime, com três homens amarrados, e acionaram a Polícia. Uma ambulância também foi enviada ao local para prestar socorro ao empresário, mas ele já estava morto.
Equipes do 19º Batalhão de Polícia Militar (BPM), com o apoio do Sistema Agilis e do Núcleo de Videomonitoramento da Coordenadoria Integrada de Operações de Segurança (Ciops), localizaram o veículo roubado, o que iniciou uma perseguição.
Os suspeitos foram abordados na Avenida Washington Soares, em frente a um shopping. Com eles, foi apreendido o veículo da vítima, os cartões de crédito, a televisão e os produtos comprados com o dinheiro da vítima.
José Lucas e Levi Martins foram levados à DHPP, onde foram autuados em flagrante por latrocínio. O primeiro suspeito já tinha passagem pela Polícia por crime ambiental.
Nesta quarta (10), a 17ª Vara Criminal - Vara de Audiências de Custódia converteu as prisões em flagrante em prisões preventivas, atendendo pedido do Ministério Público do Ceará (MPCE). Já a defesa dos suspeitos pediu pela liberdade dos mesmos, com aplicação de medidas cautelares.
Da leitura dos depoimentos e interrogatórios dos autuados, concluo que a gravidade concreta da conduta evidencia a periculosidade dos agentes, o que demonstra risco ao meio social e justifica o decreto da prisão cautelar, em razão do modo como o crime foi cometido, elemento capaz de demonstrar o risco social, o que justifica a decretação da prisão preventiva para garantia da ordem pública."