O laudo da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) com análise dos DNAs encontrados na arma de fogo de onde veio o disparo que matou a empresária cearense Jamile de Oliveira Correia desconstrói a versão de Aldemir Pessoa Júnior sobre o suposto suicídio cometido pela namorada. O resultado da perícia apontou que o DNA da empresária só foi encontrado na extremidade do cano da pistola calibre 380.
De acordo com o laudo obtido com exclusividade pelo Sistema Verdes Mares, no restante da arma foram encontrados material genético de Aldemir e do policial civil responsável por apreender o objeto parte da investigação. Para a Polícia Civil, o caso não se tratou de suicídio, e Aldemir Pessoa Júnior é o principal suspeito pelo crime.
Nos autos consta que Aldemir Pessoa Júnior deixou que seu material genético fosse recolhido por livre espontânea vontade, já destacando que seria provável a perícia encontrar o DNA dele, porque a arma era de sua propriedade. Os peritos não encontraram nenhum DNA da vítima no “cão”, nem no gatilho, indicando que a arma teria sido limpa nestes locais.
Em entrevista concedida ao Sistema Verdes Mares, no último sábado (21), o suspeito disse que: "não existe porquê eu limpar a arma. A arma era minha. Com certeza teria minha digital e se duvidar nem a minha não tem, porque o exame é fraco. A Jamile pegava nessa arma e não era uma vez. Quem guardava era ela, quem escondia era ela. Não era eu quem tinha arma comigo para matar qualquer pessoa", afirmou.
Perfis genéticos
O cano da arma, único local onde o DNA da empresária foi encontrado, é a parte da pistola de onde sai o disparo. O laudo ainda indica que em nenhuma parte do objeto foi verificado DNA do filho adolescente de Jamile, quem, segundo a versão contada por Aldemir às autoridades, teria tentado impedir que a mãe atirasse em si mesmo, batendo na arma e causando um disparo acidental.
O documento destaca que toda esta perícia aconteceu a partir das amostras recolhidas na arma de fogo da pistola e projétil retirado do corpo de Jamile de Oliveira Correia. Os DNAs de Aldemir, do adolescente e do inspetor da Polícia Civil foram coletados por meio de "swabs orais". A amostra do investigador foi considerada como de exclusão, "pois o mesmo manuseou a arma de fogo" devido à investigação.
O filho da vítima chegou a depor às autoridades contando a mesma versão de Aldemir, mas, dias depois, ele se arrependeu e narrou outros fatos para as autoridades. No novo depoimento, o adolescente de 14 anos disse que foi induzido por Aldemir a mentir e que ele sequer chegou a encostar na arma. A Polícia Civil tem até o próximo dia 2 de outubro para encerrar o inquérito sobre a morte da empresária.