A ação da Polícia Federal para desarticular uma rede criminosa formada por policiais civis levou ao afastamento da cúpula da Divisão de Combate ao Tráfico de Drogas (DCTD) nesta quarta-feira (6). São investigadas 25 pessoas, sendo três delegados, 13 inspetores e nove colaboradores do esquema criminoso que envolve comercialização ilegal de anabolizantes, peculato, concussão, corrupção passiva, associação criminosa e tráfico de drogas.
Durante a operação, três foram presos em flagrante por porte de droga, de dinheiro falso e uso de arma irregular. Destes, dois são policiais. Também foram apreendidos valores em espécie e veículos.
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Os nomes dos investigados não foram divulgados, mas a DCTD era comandada por três delegados, mesmo número dos investigados. O secretário de Segurança Pública, André Costa, esteve na coletiva da PF e confirmou a reestruturação da divisão. Segundo ele, a delegada Socorro Portela assumirá a divisão e terá total liberdade de decidir quem fica e quem sai da delegacia.
Defesa dos delegados
As investigações da Polícia Federal começaram há cerca de um ano e tiveram início com a colaboração premiada um homem preso por comercializar ilegalmente anabolizantes. De acordo com a PF, o delator disse que foi extorquido pelos policiais denunciados.
A Operação Vereda envolveu 150 agentes para o cumprimento de mandados em Fortaleza, Caucaia e Eusébio. Ao todo, foram 27 mandados de busca e apreensão, 25 de condução coercitiva, 10 de afastamento das funções, com recolhimento de armas, identidade funcional e distintivos, e seis remoções compulsórias para outras unidades da Polícia Civil.
Os mandados judiciais foram expedidos pela 12ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária do Ceará. As investigações sobre a atuação da rede criminosa tiveram início a partir de apuração sobre a comercialização ilegal de anabolizantes provenientes da Europa.