Banda Cabaçal tem versão mirim

Crato (Sucursal) — Com a estreia da Banda Mirim dos Irmãos Aniceto, foi aberta ontem a Primeira Conferência Municipal de Educação, que tem como objetivo, segundo a secretária de Educação do Município, Fabíola Alencar, a apresentação da versão final do Plano Municipal de Educação, na perspectiva de efetivar as metas e ações propostas e oportunizar aos participantes uma reflexão sobre as formas de organização de ensino. O documento é resultante de seminários, debates e cursos. Na oportunidade, foram empossados os conselheiros do Conselho Municipal de Educação. A reunião foi realizada no auditório do Sesc do Crato, com a presença de professores e diretores de escolas de toda a área do Município.

A presença da nova geração dos Irmãos Aniceto foi o destaque da sessão de abertura. Com os mesmos instrumentos, em tamanhos menores, fabricados por Raimundo Aniceto, as crianças, na faixa etária de 9 a 12, emocionaram o auditório, tocando as mesmas músicas dos pais e dançando os mesmos ritmos . “ Isso significa que a banda cabaçal dos irmãos Aniceto terá continuidade, por mais, no mínimo, 50 anos”, disse a secretária Fabíola Alencar, acrescentando que a banda mirim representa as raízes do Crato.

Depois da apresentação, o auditório exigiu que a banda mirim voltasse ao palco. Entusiasmada com o sucesso e a simplicidade dos meninos, Fabíola Alencar prometeu fazer a doação de um novo fardamento para a bandinha e parabenizou o zabumbeiro Adriano Aniceto, pai de três dos integrantes , pela formação da bandinha que, segundo afirmou, vai projetar ainda mais o nome do Crato no cenário artístico nacional.

As músicas da banda mirim são as mesmas tocadas pelos pais. Mas os nomes são influenciados pela televisão. Ao invés de Raimundo, Antônio, Pedro e Francisco, os pequenos músicos são chamados por Gutierrez, Hálisson, Douglas, Ivanilson, João Victor e Marcos. Adriano, coordenador do grupo, garante que os nomes foram escolhidos pelas mães. “São nomes estrangeiros, mas a música é a mesma, que nós aprendemos dos índios Cariri”.

Ao fazer o desabafo, Adriano lembra sua descendência dos primeiros moradores da região, os índios Cariri, de quem a família Aniceto herdou a música e a dança. Outro detalhe que o grupo faz questão de preservar é a forma de fabricar os instrumentos. O zabumba é feito de tronco de baraúna, com couro de bode e corda. A caixa é feita do mesmo material, enquanto os pífanos de taboca. “A origem indígena, a união de pessoas da mesma família e a preservação da música e das danças dos seus antepassados, além da fabricação dos seus próprios instrumentos, referenciam os Irmãos Aniceto das outras bandas cabaçais”, ressalta a secretária Fabíola Alencar.