Animal foi trazido para o Brasil pelos portugueses

Não há em todo o Nordeste brasileiro um “cabra da peste” que não tenha familiaridade com esse mamífero ruminante, da família dos bovídeos, com chifres ocos, curvados para trás, a cabra, que, segundo os historiadores, passou a povoar a região nos idos da colonização portuguesa.

O animal, domesticado, trazido pelos colonizadores, se adaptou facilmente ao Semi-árido. No período de estiagem, se preciso, nutre-se de cascas de árvore e arbustos, folhas secas e palha. Sobe onde o gado não sobe, para comer resíduos vegetais ocultos entre as pedras. Um bicho bom de leite e de carne que durante séculos tem saciado a fome e a sede da gente do sertão.

Relatos históricos atestam que a cabra foi o primeiro animal capaz de produzir alimentos a ser domesticado pelo homem. Escritos bíblicos mencionam a existência dos caprinos há mais de dez mil anos. Estudos biológicos associam a origem do animal aos bovinos, com o tronco ancestral dos antílopes.

Os especialistas no assunto apontam que as raças domésticas atuais descendem provavelmente da Capra aegragus, da Pérsia e Ásia Menor, Capra falcoreni, do Himalaia, e Caprapisca, da bacia do Mediterrâneo. A Capra hiscus é a cabra doméstica. Em certas regiões da África, o poder de uma pessoa é medido pelo número de caprinos que possui. A cabra é utilizada como dote que acompanha a noiva.

No Sertão Central cearense, em Quixadá, não é diferente do resto do Nordeste e do País. A cabra é criada como garantia de alimento para épocas difíceis. Nos terreiros, todo humilde lavrador quer ter sua “cabrinha leiteira”.