1ª morte por Covid-19 de indígena no Ceará foi da etnia Pitaguary, afirma Sesai

A outra vítima, uma agente indígena de saúde da etnia Tabajara, faleceu no último domingo (10).

Em boletim emitido pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesa), às 17h de ontem (12), ficou confirmada a morte por Covid-19 de um indígena da etnia Pitaguary, na Grande Fortaleza. Esta foi a primeira morte pela doença confirmada pela Sesai, no Ceará, que já soma dois óbitos e 19 casos confirmados no povo tradicional. A outra vítima foi uma agente indígena de saúde, da etnia Tabajara, falecida no último dia 10, em Monsenhor Tabosa.

O pitaguary, de 53 anos, faleceu em 2 de maio, por insuficiência respiratória aguda grave. Segundo a Secretaria Especial, ele era portador de comorbidades e foi acompanhado pela Equipe Multidisciplinar de Saúde Indígena, da Unidade Básica de Saúde Indígena Dona Joaquina Vieira. “No dia 30 de abril, foi atendido na Unidade de Atenção Básica Maracanaú, apresentando dificuldade em respirar, tosse e saturação de oxigênio menor que 90%”, explica.  

Com agravamento do quadro, o homem foi para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Pajuçara, mas faleceu no dia seguinte. “Notificado como caso suspeito, a coleta RT-PCR foi realizada e apresentou resultado positivo, em 5 de maio”, afirmou nota da Sesai. Em abril, um outro pitaguary, de 76 anos, faleceu com sintomas de Covid-19. Na ocasião, foi feito o teste, que deu negativo, segundo repassou a Sesai, na última semana. 

Ceará

Segundo boletim, o Ceará é o estado com maior número de indígenas infectados do Nordeste e quarto do Brasil, ficando atrás, apenas, dos Territórios Indígenas (TIs) do Alto Rio Solimões (129), Manaus (29) e Parintins (20).

“O Dsei Ceará está monitorando e orientando todos os seus pacientes e profissionais de saúde. As soluções empreendidas se fundamentam nas decisões adotadas pelo Comitê de Crise Distrital, com base no Plano de Contingência Nacional para Infecção Humana pelo Novo Coronavírus em Povos Indígenas”, finaliza nota da Sesai. 

Segundo o ógão, o Distrito Especial de Saúde Indígena (Dsei) Ceará dispõe de 580 testes rápidos para a população tradicional, sendo 280 enviados pela Sesai e 300 em parceria com o Governo do Estado. A testagem e divulgação dos resultados seguem os padrões preconizados pelo Ministério da Saúde.