Doe de Coração
Com programação virtual, Doe de Coração derruba mitos sobre transplante de órgãos
Campanha encerra sua 18.ª edição com expectativas de aumento no número de doações. Série de lives com especialistas e ações presenciais em pontos estratégicos de Fortaleza foram destaques.
Quando um ente querido falece e a família autoriza a doação de órgãos, é a hora em que se vê a generosidade fazer renascer uma vida. A consciência social em torno desse gesto de solidariedade é a conquista de quem luta pela doação de órgãos. E é nisso que a campanha Doe de Coração vem trabalhando ao longo dos 18 anos de atividade, ou seja, propagando informação, derrubando mitos, mas também convidando corações ao ato de doar.
Neste ano, com a abordagem corpo a corpo limitada, em razão da pandemia da Covid-19, o ambiente virtual ampliou as possibilidades de disseminação dessa ideia. “A pandemia tornou a grande maioria das pessoas mais sensíveis, e foi neste terreno que trabalhamos”, afirma a médica nefrologista Polianna Lemos Albuquerque, coordenadora da Campanha Doe de Coração e professora da Universidade de Fortaleza (Unifor).
Durante o mês de setembro, a campanha fez um intenso trabalho de divulgação da doação e do transplante de órgãos nas mídias sociais, com a participação de renomados especialistas no assunto, discutindo o tema nas lives da programação. Temas como a reinserção do transplantado, os desafios do transplante em tempos de pandemia e os impactos da Covid-19 na doação de órgãos foram abordados nas transmissões.
Como parte da estratégia de engajamento, foram montados selfpoints em diversos locais de Fortaleza para estimular o compartilhamento de fotos nas redes sociais. “Apesar de abolirmos os panfletos como medida de segurança para evitar a propagação da Covid-19, colocamos instagramáveis em pontos estratégicos, em lugares públicos e privados em nossa cidade, com distribuição de camisas e máscaras da campanha. As ações foram repensadas para divulgação nas mídias sociais, permitindo aproximar pessoas e especialistas sem o risco da aglomeração”, explica Polianna Lemos Albuquerque.
Alcance
O desafio de fazer uma campanha diferente das anteriores, adaptada às limitações impostas pela pandemia, se revelou surpreendente. “O alcance desta campanha foi maior, por trazer uma programação mais virtual. A participação dos especialistas e a interação com as pessoas ilustrou muito bem isso”, observa a coordenadora da campanha.
Outro ponto que se destacou foi o envolvimento da população nos selfpoints. “O que mais chamou minha atenção foi a forma receptiva com que as pessoas recebiam nossos convites e como participaram das nossas ações. Todos queriam registrar o apoio à campanha através dos selfpoints. Muito bonito de ver”, avalia Polianna Lemos Albuquerque.
Além dessas ações, foram distribuídas 5 mil blusas para instituições de saúde e de ensino (Unifor), shoppings e salões de beleza e máscaras com a logo da campanha. “Foi uma campanha desafiadora, porém, trouxe na dificuldade imposta pela Covid-19 a oportunidade de inovarmos”, afirma a médica.
Desafio
Como observa a coordenadora da campanha, o Brasil é um dos países em números absolutos que mais transplanta no mundo, e o Ceará também possui importante contribuição no cenário nacional. Mas na pandemia, as doações diminuíram. Não pararam totalmente graças à resiliência e generosidade do povo brasileiro.
Foi neste contexto desafiador que a 18ª edição da Campanha Doe de Coração plantou mais uma vez a semente da solidariedade. “Aos poucos fomos tirando os mitos em torno da doação e transplante de órgãos e interagindo com as pessoas. A informação aos poucos vai modificando o pensamento e mudando o comportamento das pessoas. Tudo isso é um processo que passa pelo coração, transformando o sentimento das pessoas ao redor do tema. Foi e é emocionante perceber essa transformação. Os números depois testificarão o resultado da campanha”, finaliza Polianna Lemos Albuquerque.