Zema quer protagonismo político de Sul e Sudeste para fazer frente ao Nordeste

Governador de Minas Gerais falou sobre consórcio que reúne os sete estados das regiões

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu um protagonismo político dos estados do Sul e Sudeste, a partir de uma atuação em consórcio, a exemplo do que outras regiões brasileiras tem feito nos últimos anos. Uma das metas é atuação no Congresso Nacional em discussões relevantes, em resposta ao Nordeste. 

Ele ressaltou que uma das primeiras ações foi já na Reforma Tributária, que foi aprovada em junho na Câmara dos Deputados e deve ser discutida pelos senadores ainda neste segundo semestre. 

"Já decidimos que além do protagonismo econômico que temos, porque representamos 70% da economia brasileira, nós queremos – que é o que nunca tivemos – protagonismo político. Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília", disse em entrevista ao Estadão.

O governador falou sobre a formalização do Consórcio Sul-Sudeste (Cossud), que é presidida pelo governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Ele disse ainda que deve ser aberto um escritório em Brasília.

Zema falou que existem duas prioridades para a atuação da Cossud: "a reforma tributária e a representatividade no Senado". 

"Sempre vamos estar em desvantagem – 27, num total de 81. Temos feito o mesmo trabalho com o senadores de nossos Estados e o que nós queremos é que o Brasil pare de avançar no sentido que avançou nos últimos anos – que é necessário, mas tem um limite – de só julgar que o Sul e o Sudeste são ricos e só eles têm que contribuir sem poder receber nada".
Romeu Zema
Governador de Minas Gerais

Ele admitiu que, quando se trata de organização regional, "os (estados) do Norte e Nordeste estão muito a nossa frente". "Outras regiões do Brasil, com Estados muito menores em termos de economia e população se unem e conseguem votar e aprovar uma série de projetos em Brasília", completou.

Reforma Tributária

Ao citar a votação da Reforma Tributária, ele citou as articulações feitas com a bancada das duas regiões na Câmara dos Deputados - que reúne 256 deputados federais. Ele citou ainda que os governadores sulistas e sudestinos conseguiram barrar uma das demandas de estados do Norte e Nordeste. 

"Eles queriam colocar um conselho federativo com um voto por Estado. Nós falamos, não senhor. Nós queremos proporcional à população. Por que sete Estados em 27, iríamos aprovar o quê? Nada. O Norte e Nordeste é que mandariam. Aí, nós falamos que não. Pode ter o Conselho, mas proporcional. Se temos 56% da população, nós queremos ter peso
equivalente", disse. 

Ele reclamou ainda da criação de Fundo voltado ao "Nordeste, Centro-Oeste e Norte". "Agora, e o Sul e o Sudeste não têm pobreza? Aqui todo mundo vive bem, ninguém tem desemprego, não tem comunidade...Tem, sim. Nós também precisamos de ações sociais", criticou.