Após um mês dos atos terroristas registrados em Brasília no último dia 8 de janeiro, 26 cearenses são acompanhados pelo Sistema Penitenciário do Distrito Federal (Seape). Desse total, 15 estão presos e 11 são monitorados por tornozeleira eletrônica.
A informação está pública no portal do Seape. Os oito homens presos estão no Centro de Detenção Provisória II (CDPII), já as sete mulheres estão na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF).
Francisca Hildete Ferreira é a cearense mais velha presa, ela tem 61 anos, já Maria Vitória Mesquita da Costa é a mais jovem, com 22 anos.
DETIDOS:
Centro de Detenção Provisória II - CDPII
- Alexandre Magno da Silva Ferreira — 33 anos
- Antonio Lucilane de Lima — 52 anos
- Kelson de Souza Lima — 28 anos
- Reinaldo Pereira da Silva — 39 anos
- Romário Garcia Rodrigues — 32 anos
- Sebastiao Jose Bezerra Neto — 53 anos
- Tiago Pereira do Nascimento — 26 anos
- Wenderson Luiz Brandão Barros — 23 anos
Penitenciária Feminina do Distrito Federal - PFDF
- Edislane Alves Pereira — 36 anos
- Francisca Hildete Ferreira — 60 anos
- Lucimar Franklin Soares de Siqueira — 55 anos
- Maria Vitoria Mesquita da Costa — 22 anos
- Natalia Santos Oliveira — 35 anos
- Regina Maria de Azevedo — 48 anos
- Renata Aparecida Ferreira de Oliveira — 38 anos
MONITORADOS:
Centro de Monitoração Eletrônica - CIME
- Anna Carolina Vieira Cintra Marques Vasconcellos — 36 anos
- Antonia Rachel de Sousa — 35 anos
- Carlos Daniel Aragão de Araújo — 56 anos
- Cecilia Barroso da Costa — 34 anos
- Francisco Idevan Rodrigues — 35 anos
- Joseneth Sousa do Nascimento — 53 anos
- Lincoln da Silva Eugênio — 41 anos
- Marcos Fernando de Oliveira Costa — 30 anos
- Maria Silveli Teixeira Lima — 50 anos
- Paulo Jorge Gomes — 44 anos
- Pedro Roberto Nunes Campos — 47 anos
Outros cearenses
Além dos presos e monitorados, há casos específicos de cearenses suspeitos de tentativa de ações terroristas ou de estimular os atos golpistas antes de 8 de janeiro.
Um deles é o blogueiro Wellington Macedo, réu acusado de envolvimento na tentativa de explosão de uma bomba em Brasília, na véspera de Natal do ano passado. Foragido, ele seria o responsável por ajudar a colocar o artefato em um caminhão com querosene, estacionado próximo ao aeroporto da Capital, conforme a denúncia do Ministério Público do Distrito Federal, aceita pela Justiça. Atualmente, ele está foragido.
Outro caso envolve o deputado federal André Fernandes (PL). No último dia 24 de janeiro, o parlamentar tornou-se alvo de inquérito que investiga os atos terroristas registrados em Brasília em 8/1. A apuração foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).
Fernandes é suspeito dos crimes de “terrorismo, associação criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime”. O cearense publicou, na sexta-feira (6), antevéspera dos atos golpistas, vídeo e comentário no Twitter afirmando que no fim de semana ocorreria o primeiro ato contra o governo Lula. Depois da invasão, ele postou foto da porta do gabinete do ministro Alexandre de Moraes vandalizada pelos terroristas com a legenda: “quem rir vai preso”.
O parlamentar nega que tenha incitado atos golpistas. “Não tinha como adivinhar a tragédia que iria acontecer. Não participei do ato, não estive em Brasília sequer, não incentivei e ainda fui um dos primeiros a repudiar os atos de vandalismo”, escreveu André Fernandes em mensagem ao Diário do Nordeste.
RELEMBRE O CASO
No dia 8 de janeiro, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que não aceitaram a derrota nas eleições do ano passado, invadiram as sedes dos três poderes da República — o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto — em Brasília.
Os prédios foram vandalizados, vidraças foram quebradas, obras de arte depredadas e parte do patrimônio público foi roubado. Nos prédios públicos, os golpistas exigiram a intervenção militar.