O deputado federal Igor Timo (Podemos-MG) xingou o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), durante sessão em plenário que votava destaques do novo Código Eleitoral, na madrugada desta quinta-feira (16). O parlamentar não percebeu que o microfone estava aberto. As informações são do jornal O Globo.
"Já tá encerrando. Não vai deixar eu falar de novo. Quer ver que filho da p...", disse o deputado.
Igor Timo
De imediato, Lira questionou quem havia se manifestado e passou a palavra a Timo. O deputado tentou minimizar a situação elogiando o presidente da Câmara e a deputada federal Margarete Coelho (PP-PI), relatora do novo Código Eleitoral, que estava em votação na sessão.
"Eu gostaria de aproveitar a oportunidade, presidente, para parabenizar a deputada Margarete pelo belíssimo trabalho, que demonstra ser a qualidade da mulher brasileira, mostrando que o lugar de mulher é onde ela quiser. E parabenizá-lo, presidente, também por permitir que o debate se exaurisse, garantindo que todas as partes fossem ouvidas e atendidas", disse Igor Timo.
Projeto segue para o Senado
Após concluída a votação na Câmara, o Projeto de Lei Complementar 112/11, que cria o novo Código Eleitoral, agora segue para análise do Senado.
Entre os destaques apresentados pelos partidos, os deputados aprovaram a emenda do deputado Bohn Gass (PT-RS) e retiraram o trecho que proibia que provedores de redes sociais e aplicativos de mensagens adotassem critérios de "censura de ordem política, ideológica, artística ou religiosa" na moderação de conteúdos de candidatos a cargos políticos.
Deputados de oposição ao governo disseram que o projeto remetia à "MP das fake news", publicada na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que foi devolvida ao Executivo pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Durante a sessão, Arthur Lira afirmou que Bolsonaro enviará à Casa um projeto de lei que trate da remoção de conteúdos por redes sociais.
Quarentena de juízes e policiais
Os deputados trouxeram de volta ao texto a determinação de que juízes, promotores de justiça, policiais e militares cumpram quarentena antes de disputarem eleições. A proposta tinha sido descartada em votação na semana passada.
O tempo, no entanto, foi reduzido dos cinco anos previstos originalmente para quatro anos. Uma emenda aglutinativa foi aprovada neste sentido por 273 votos a 211. PSL, Podemos, Novo, Psol e PV foram contrários à medida.
Na votação do Código Eleitoral, foi aprovado ainda o destaque do Psol que excluía do texto a regra que mantinha a bancada eleita para a Câmara como critério para a participação em debates de emissoras de rádio e televisão.
O trecho determinava que fossem levadas em consideração as mudanças de partido dos parlamentares ocorridas até a convenção partidária, e não contestadas pelo partido ou com justa causa reconhecida pela Justiça Eleitoral.