Saiba quem é Raul Fonseca de Oliveira, fuzileiro preso por ameaçar família de Alexandre de Moraes

O suspeito de ameaçar família de Moraes já foi condenado por abandono de posto

A Polícia Federal prendeu, nesta sexta-feira (31), Raul Fonseca de Oliveira, um fuzileiro naval de 42 anos, suspeito de ameaçar a família do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A operação, que também resultou na prisão do irmão de Oliveira, foi realizada a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Raul Fonseca de Oliveira foi preso no Rio de Janeiro, enquanto seu irmão, identificado como Oliverino de Oliveira Júnior, foi detido na Vila Clementino, um bairro nobre da zona sul de São Paulo.

Iniciadas em abril, as investigações foram motivadas por e-mails anônimos enviados ao STF, que ameaçavam a família de Alexandre de Moraes com o uso de bombas e detalhavam o itinerário da filha do ministro.

Moraes é casado com a advogada Viviane Barci de Moraes e pai de três filhos: Gabriela, Giuliana e Alexandre. As ameaças recebidas envolvem crimes de perseguição (stalking) e intimidação, levando as autoridades a agir para garantir a segurança da família do ministro.

Carreira militar

Raul Fonseca de Oliveira possui mais de vinte anos de carreira militar e, atualmente, está lotado no Comando da Marinha, no Rio de Janeiro. De acordo com o Portal da Transparência, ele recebe um salário bruto mensal de R$ 8.252,10. No entanto, sua trajetória militar é marcada por problemas disciplinares. 

Em outubro do ano passado, ele foi condenado por abandono de posto. A condenação é referente a um incidente ocorrido em outubro de 2021, durante um exercício militar em São João da Barra (MG).

Segundo a Justiça Militar, Oliveira abandonou seu posto "de forma dolosa e sem ordem superior", por volta das 20h30, retornando apenas às 23h45,"agindo pois, em detrimento do dever militar e da regularidade do funcionamento da Marinha do Brasil, com prejuízo também para o serviço".

Ao retornar, Oliveira escalou um portão trancado e entrou clandestinamente na área militar, três horas depois. Quando abordado por um sentinela, teria desobedecido ordem de parar, resultando em disparos de advertência que não atingiram ninguém.

A sentença, de outubro de 2023, estipulou uma pena de três meses e vinte dias de detenção por abandono de posto, a ser cumprida em regime aberto, com direito de apelar em liberdade. A defesa de Oliveira recorreu ao Superior Tribunal Militar (STM), buscando a absolvição. No entanto, tanto o Ministério Público Militar quanto a Procuradoria-Geral da Justiça Militar opinaram pela não manutenção da condenação. A última movimentação no processo ocorreu em 11 de abril, mas ainda não há data definida para a decisão do STM.