O general Walter Souza Braga Netto, atual Ministro da Defesa do Governo, deve ser o vice de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022. Apesar de o presidente não ter confirmado a nomeação, deu indícios, nesta segunda-feira (21) de que seria o integrante do Exército brasileiro.
Em fevereiro, o atual vice-presidente da República, general Hamilton Mourão (PRTB), já havia confirmado que não tentará a reeleição ao cargo ao lado de Bolsonaro no pleito deste ano.
De acordo com O Globo, Bolsonaro apontou nesta segunda que o escolhido, para concorrer como vice-presidente em sua chapa, é de Minas Gerais e estudou em um colégio militar.
Quem é Braga Netto
Experiência profissional
Natural de Belo Horizonte (MG), o general de 66 anos nasceu no dia 11 de março de 1956, segundo currículo disponível no portal oficial do Governo. Braga Netto foi nomeado Ministro de Estado da Defesa em 31 de março de 2021.
Antes disso, atuou como ministro chefe da Casa Civil da Presidência da República, nomeado em 18 de fevereiro de 2020.
Além disso, foi escolhido como Conselheiro Titular e Integrante do Conselho Fiscal do Senac (2021-2023). Dentre outros trabalhos, estão:
- 2019 a 2020: Chefe do Estado‐Maior do Exército
- 2018: Interventor Federal na Área de Segurança Pública no Estado do Rio de Janeiro
- 2016 a 2019: Comandante Militar do Leste
- 2016: Coordenador Geral de Defesa de Área dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016
- 2015 a 2016: Comandante da 1ª Região Militar
- 2013 a 2015: Coordenador Geral da Assessoria Especial para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016
- 2011 a 2013: Adido do Exército junto às embaixadas do Brasil nos Estados Unidos da América e no Canadá
- 2005 a 2007: Adido de Defesa e do Exército junto à embaixada do Brasil na Polônia, em Varsóvia
- 2000: Chefe do Grupo de Observadores Militares na Autoridade Transitória das Nações Unidas
no Timor-Leste - 1997 a 1999: Assessor da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, na estruturação e implantação do Sistema de Proteção da Amazônia (SIPAM/SIVAM)
Formação acadêmica
Braga Netto se formou no Curso de Cavalaria da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), na turma
de 1978.
Ao longo da formação acadêmica, realizou cursos militares como de Educação Física, da Escola de Educação Física do Exército, no Rio de Janeiro, e de Guerra na Selva, do Centro de instrução de Guerra na Selva, em Manaus.
Além disso, é mestre em Operações Militares da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (1988) e doutor em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares do Curso de Altos Estudos da Escola de Comando e Estado‐Maior do Exército (1994).
O general também concentra uma pós‐graduação em Gestão Estratégica da Informação pela FGV (1999) e outra no Curso de Política, Estratégia e Alta Administração do Exército (2006).
Ministro de Bolsonaro
Em 2020, o presidente Jair Bolsonaro chegou a elogiar o general, apontando que ele é "cotado para qualquer coisa" no Governo.
"O Braga Netto eu conheço há algum tempo, me dou muito bem com ele, ganhou uma projeção muito grande em uma situação complicadíssima daquela intervenção da segurança do Rio de Janeiro, está certo? É um homem cotado para qualquer coisa".
Também em 2020, para sustentar a indicação de Braga Netto ao comando da Casa Civil da Presidência, o Planalto traçou tópicos de “argumentos” favoráveis ao militar.
No topo da lista estava a “capacidade administrativa”, já que ele já foi oficial superior e assessor da Subsecretaria de Programas e Projetos da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência.
A avaliação do Palácio do Planalto é que Braga Netto sabe lidar com “assuntos em um ambiente de grave crise”, sem abrir mão da “discrição”, o que o Governo considerou “traço intrínseco de sua personalidade e formação militar”.
Eleições de 2022
Em setembro de 2021, o procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu uma apuração preliminar para avaliar suposta ameaça de Braga Netto às eleições de 2022.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, o ministro da Defesa teria ameaçado cancelar as eleições de 2022 se a PEC do voto impresso não fosse aprovada, por meio de um recado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
No entanto, a Câmara rejeitou a proposta. Para o ministro, a discussão sobre o voto impresso era "legítima", apesar de o Supremo Tribunal Federal (STF) ter julgado sua adoção como inconstitucional.
Após a publicação da reportagem pelo jornal, Braga Netto negou ter realizado essa ameaça, apontando que era um conteúdo de "desinformação que gera instabilidade".