O deputado federal André Figueiredo, presidente nacional interino do PDT, defende neutralidade do partido na disputa do segundo turno em Fortaleza, entre André Fernandes (PL) e Evandro Leitão (PT).
Em nota, divulgada na tarde desta quinta-feira (10), o pedetista anunciou seu posicionamento. Ele ressaltou que tem um "compromisso histórico" com a "defesa de valores democráticos, populares e de justiça social".
"No cenário atual, os dois candidatos que disputam o segundo turno representam caminhos que, por um lado, não estão alinhados aos princípios e bandeiras que defendo, e por outro, não agradam ao modelo de gestão que considero adequado para o Ceará e para a nossa capital. Diante desse contexto, compreendo que a neutralidade partidária neste momento é a postura mais adequada, respeitando os posicionamentos individuais dos nossos integrantes, ressaltando que pessoalmente seguirei o alinhamento nacional do Partido"
Relação entre PT e PDT
Nacionalmente, PT e PDT são aliados, tanto que o presidente licenciado do PDT, Carlos Lupi, comanda o Ministério da Previdência Social. Contudo, no Ceará, desde 2022, as duas siglas entraram em rota de colisão. O impasse também gerou uma crise interna entre os pedetistas, que resultou na debandada de prefeitos da legenda, além da saída do senador Cid Gomes, hoje no PSB. A tensão interna, inclusive, provocou o rompimento entre os irmãos Cid e Ciro Gomes — este que permanece nos quadros pedetista. Na Capital, a divergência entre os grupos políticos é mais longa, desde a disputa pela Prefeitura de 2012.
No pleito deste ano, o PT lançou o nome de Evandro Leitão (ex-pedetista) para tentar impedir a reeleição do prefeito José Sarto (PDT). O petista se deu melhor na disputa e garantiu sua vaga no segundo turno contra André Fernandes, do PL.
Nesta segunda-feira (10), Sarto disse que irá se pronunciar "nas próximas horas" sobre a candidatura que irá apoiar na disputa do segundo turno pela Prefeitura de Fortaleza. O gestor ficou em terceiro lugar no pleito, com 164.402 votos (11,75%), sendo o primeiro gestor não reeleito da Capital.
"A gente fez questão de ouvir todo mundo, presidente de partido, candidatos a vereadores, cada um está expressando uma opinião e a gente está dando liberdade. Depois de colhida essa ausculta, nas próximas horas, eu devo me pronunciar"