Presidente do PDT Ceará minimiza aliança com PL no Cariri: 'Não é contagioso'

Lideranças pedetistas se uniram a lideranças bolsonaristas para apoiar candidaturas na região

O presidente do PDT Ceará, Flávio Torres, minimizou, nesta quarta-feira (24), a aproximação do partido com o PL na região do Cariri, alegando que "não é contagioso" dividir palanque com aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em prol de uma candidatura em comum. Lá, o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) e outros pedetistas se uniram ao presidente do PL Estadual, deputado Carmelo Neto, para apoiar postulações no território. 

No último fim de semana, Juazeiro do Norte, a sigla brizolista embarcou na coligação do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos), que conta também com o Partido Liberal, União Brasil, Novo, PP e Federação PSDB, Cidadania. No Crato, Ciro, o ex-prefeito Roberto Cláudio e outros pedetistas marcaram presença na convenção de lançamento da candidatura de Dr. Aloisio (União). Junto a eles, estavam Carmelo e um adversário histórico do ex-ministro: Roberto Pessoa (União), prefeito de Maracanaú.  

Na segunda cidade, todavia, o PDT negocia emplacar o vice na chapa do PT, que tem como pré-candidato André Barreto, vice-prefeito do Crato. 

"No município de Juazeiro do Norte, o prefeito é do Podemos. O PT lança um candidato, nós temos aproximação com o prefeito do Podemos, que é candidato à reeleição. É um apoio, mas simultaneamente apoia no mesmo palanque o presidente do PL do Ceará. A gente sobe pedetista e sai pedetista. Não é contagioso, é uma coisa que sobe junto para apoiar. Nós temos uma distância do PL astronômica, nós não temos nenhum candidato do PL que é apoiado pelo PDT. Nós apoiamos um terceiro, que atraiu o PL também" 
Flávio Torres
Presidente do PDT Ceará

Tom das alianças

Sobre Crato, o dirigente disse que o apoio do PDT ainda não está fechado para nenhum dos lados, nem para o candidato da oposição, Dr. Aloisio, nem para o da situação, André Barreto.  

"No Crato, o André (candidato do PT no Crato) é muito ligado ao André Figueiredo. Ele saiu do PDT (para se filiar ao PT), mas se explicou. Então, o André Figueiredo está trabalhando para lançar o vice dele, para manter a aliança. Ele não está articulando com o PT nem com o PSB, que são considerados adversários da gente aqui, mas não há um veto. As articulações ocorrem naturalmente", explicou Torres. 

Esse ponto de vista, no entanto, não é compatível com o de outros pedetistas. Para correligionários, a participação de Ciro e de Roberto na convenção do candidato do União Brasil já "deu o tom" do posicionamento da legenda. 

"Pelo que eu entendi, Roberto Cláudio foi, Ciro foi e deu o tom. Só não ficaria (na coligação do União) se o PDT estiver na chapa majoritária", afirmou um filiado brizolista. 

Já em Barbalha, Ciro e Roberto têm um outro aliado em comum com o bolsonarista Carmelo Neto, o pré-candidato Antônio Neto (PSDB). A postulação do tucano ainda não foi lançada oficialmente, mas deve atrair apoio de ciristas e bolsonaristas para enfrentar o candidato a ser lançado pelo grupo político liderado pelo ministro da Educação, Camilo Santana (PT). Lá, o prefeito Guilherme Saraiva (PT) deve concorrer à reeleição.