Com novo slogan e marca visual, baseadas em um discurso de "rebeldia", o PDT lançou, nesta sexta-feira (21), o nome de Ciro Gomes como pré-candidato à presidência da República.
A aposta no ex-ministro para a disputa eleitoral de outubro foi aprovada em convenção partidária com dirigentes no local do evento, em Brasília, e também no formato virtual. A pré-candidatura foi aprovada por aclamação.
Esta será a quarta vez que o ex-governador do Ceará tentará chegar ao Palácio do Planalto. Ciro foi candidato em 1998, 2002 e também em 2018. O último cargo eletivo do cearense foi de deputado federal entre 2006 e 2010.
Em seu discurso, o agora pré-candidato defendeu a transformação na economia e um novo jeito de fazer política. Isolado politicamente na corrida eleitoral, o pedetista buscou uma posição de independência política. "Meu patrão é o povo e minha pátria minha única patroa", declarou.
Ciro também criticou indiretamente os adversários que deve enfrentar nas urnas daqui a poucos meses. Criticou o que chamou de "picaretagem, oportunismo e ignorância" de quem governa o país, mas também não esqueceu de alfinetar ex-aliados: "até o termo de esquerda foi corrompido no País".
Economia
Ciro Gomes fez críticas à condução da economia pelos governos anteriores, mesmo o que participou enquanto ministro, no governo Lula. Ciro prometeu taxar as grandes fortunas e cobrar impostos sobre lucros e dividendos. Para o pedetista, o País não priorizou o crescimento econômico como forma de garantir a correta distribuição de renda para quem mais precisa.
"(Fernando) Collor escancarou a porteira, Fernando Henrique Cardoso preparou a mesa do banquete e Lula convenhamos condimentou melhor os pratos. Depois de servir cerimoniosamente aos tubarões, Lula distribuiu com compaixão de filantropo as sobras para os mais pobres", criticou.
O ex-governador também fez críticas diretas ao governo do presidente Jair Bolsonaro não apenas na economia, mas também na condução da saúde pública em meio à pandemia.
"A incompetência de Bolsonaro apenas agravou a situação que piorava ano após ano, e a pandemia em si mesmo, em sua má gestão, apenas sacudiu instrumentos, políticas e instituições já carcomidas por décadas", discursou.
"Rebeldia"
A nova marca da pré-campanha tem como mote a "rebeldia", que, segundo o presidente do PDT, Carlos Lupi, lembra a atuação de Leonel Brizola enquanto político pelo PDT e aponta para a necessidade incômodo para as transformações em diversas áreas sociais do País.
"Ciro é o mais rebelde dos políticos brasileiros. É o único que traz a esperança de que é possível transformar o Brasil na nação que todos nós sonhamos", discursou o presidente do PDT nacional, Carlos Lupi.
Rebeldia sem esperança é rebeldia sem causa. Esperança sem rebeldia é sonho que nasce moribundo. Mas quando se juntam rebeldia, esperança e um novo Projeto Nacional de Desenvolvimento está firmada a corrente capaz de eletrizar o Brasil e levá-lo adiante. #ConvençãoPDT
— Ciro Gomes (@cirogomes) January 21, 2022
As peças publicitárias transmitidas no evento anunciam que a candidatura do PDT pretende romper com o atual modelo "de estagnação da economia" e também de combater a "corrupção na política".
"A rebeldia e esperança são as duas únicas energias capazes de retirar o nosso Brasil das trevas e da estagnação aonde nos encontramos hoje", disse o pré-candidato.
Perfil
Ciro Ferreira Gomes foi prefeito de Fortaleza, governador do Ceará, ministro da Fazenda no governo Itamar Franco. O cearense também foi ministro da Integração Nacional, no governo do ex-presidente Lula.
Foi candidato a presidente da República em 1998, 2002 e 2018. Na última disputa terminou em terceiro lugar.