Pastor investigado em escândalo do MEC disse, após prisão, que iria 'destruir todo mundo'

Arilton Moura foi preso sob acusação de atuar no "balcão de negócios" do MEC. A declaração foi dada à advogada em uma ligação interceptada pela PF

Um dos investigados na operação da Polícia Federal que apura a prática de tráfico de influência e corrupção no Ministério da Educação (MEC), o pastor Arilton Moura, preso  quarta-feira (22) sob acusação de atuar no “balcão de negócios” do MEC, prometeu “destruir todo mundo” caso a investigação atinja a família dele. A afirmação foi registrada em uma ligação interceptada pela Polícia Federal. O áudio foi divulgado pelo jornal O Globo. 

O pastor, preso na quarta-feira (22) e solto no dia seguinte, na ligação interceptada demonstrava preocupação com a esposa. “Eu preciso que você ligue para a minha esposa, acalme minha esposa. Porque se der qualquer problema com a minha menininha, eu vou destruir todo mundo”, disse.

A interlocutora é a advogada que pede calma ao pastor. “Entra em oração para se acalmar e a gente cuida das coisas por aqui”, diz ela. 

A conversa dos dois ocorreu pouco após a detenção do pastor, em Belém, na última quarta (22).

Pastores investigados 

Na operação que Arilton Moura foi detido a Polícia Federal também prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro. Por decisão do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, todos os presos na operação foram soltos na quinta-feira (23).

Na investigação, Arilton Moura é apontado como um auxiliar do pastor Gilmar Santos, também detido na quarta-feira (22). Ambos são investigados por supostamente pedirem propina a prefeitos em troca de liberação de verba e investimentos do Ministério da Educação para municípios.

Arilton já foi secretário de governo no Pará e atual é diretor do Conselho Político da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil (CGADB) Cristo para Todos.