O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mostrou o dedo do meio a um grupo de manifestantes contrários ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), na noite de segunda-feira (20), ao sair de uma recepção ao lado do político em Nova York, Estados Unidos. As informações são da Folha de S. Paulo.
Cerca de dez pessoas gritavam palavras de ordem, como "assassino" e "genocida", contra o mandatário brasileiro em frente à residência da missão brasileira junto à Organização das Nações Unidas (ONU), no bairro nobre Upper East Side. Bolsonaro jantou no local e, ao chegar no estabelecimento, fez sinal de "menos" para os protestantes.
Ao sair, alguns dos convidados do presidente responderam aos manifestantes antes de embarcar nos veículos, fazendo gestos com as mãos e batendo nos vidros. Nesse momento, Queiroga, que já estava dentro de uma van, se levantou do assento e mostrou o dedo do meio ao grupo, que respondeu com gritos e repetindo o gesto. O episódio foi gravado por um dos participantes do protesto.
Um caminhão com telão exibindo mensagens como “Bolsonaro is burning the Amazon” (Bolsonaro está queimando a Amazônia, em inglês), que circulou pelas ruas de Nova York durante o dia, também estava no ato. O veículo transitou pelos quarteirões próximos ao estabelecimento que a comitiva jantava.
Ao deixar o local, Bolsonaro interrompeu a comitiva para gravar a manifestação, o que irritou o grupo. Depois de alguns minutos, o político entrou no carro, protegido por escolta. Um caminhão dirigido pelos protestantes tentou travar a saída da comitiva, mas seguranças que acompanhavam a situação, da calçada, interviram para permitir a saída das vans.
Pouco depois da confusão, ele publicou nas redes sociais as imagens, com o título "meia dúzia de acéfalos protesta contra Jair Bolsonaro para delírio de parte da imprensa brasileira".
Na gravação, o gestor narra que os manifestantes faziam um "escarcéu" e estavam "fora de si". "Esse bando nem sabe o que está falando ali. Deviam estar num país socialista, não aqui nos EUA", disse. Ele depois conversa com um apoiador e uma terceira pessoa, não identificada, e afirma que havia mais repórteres do que protestantes.
Após a confusão, os manifestantes deixaram o local, mas prometeram estarem presentes nos acesos ao prédio da ONU, neste terça-feira (21), onde Bolsonaro fará o discurso de abertura da Assembleia-Geral, logo após as 10h (horário de Brasília).
Eduardo Bolsonaro é hostilizado
Ainda nesta segunda-feira, o filho do presidente, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), foi hostilizado em uma loja da Apple, em Nova York. Em um vídeo divulgado pelo jornalista do O Globo, Ancelmo Gois, o político ouve gritos de "Fora, Bolsonaro" e "vergonha" deferidos por um frequentador da loja. O deputado apenas se retirou da local fazendo um sinal de positivo.
Líderes pressionam por vacina
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson recomendou, nesta segunda, ao presidente Jair Bolsonaro a vacina da AstraZeneca/Oxford contra a Covid-19. Conversa ocorreu durante encontro de líderes mundiais para a Assembleia Geral da ONU.
O chefe do Executivo brasileiro já declarou diversas vezes que não se vacinou, e reafirmou o fato quando questionado por Johnson. "É uma ótima vacina. Obrigado, pessoal. Tomem vacinas da AstraZeneca", disse Boris.
"Ainda não [tomei]", respondeu Bolsonaro ao premiê britânico, que falava sobre os benefícios da AstraZeneca e apontou para o presidente do Brasil questionando-o. As informações são do portal G1, com base em vídeo divulgado pela agência Reuters.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, declarou, no mesmo dia, que o presidente brasileiro precisaria se imunizar contra a doença para ir à cidade — caso contrário, "nem precisa vir".
O democrata acrescentou que a prefeitura da cidade americana está oferecendo vacinas gratuitamente a todos os líderes e funcionários que participarem da Assembleia Geral.