'Já não tenho mais segurança que o princípio da democracia será respeitado', diz Cid sobre PDT

A Executiva nacional da legenda, liderada por André Figueiredo, convocou uma reunião para discutir a troca de comando no diretório estadual

Em meio à crise no PDT Ceará, o atual presidente, senador Cid Gomes, diz que busca tranquilizar prefeitos e mantê-los na legenda, apesar de ter incerteza sobre os próximos acontecimentos relativos ao diretório estadual. A declaração foi dada nessa sexta-feira (20) na live PontoPoder, do Diário do Nordeste.

"O que eu estou dizendo sempre é isso: vamos ficar no PDT, vamos fortalecer o PDT. Agora, a essa altura do campeonato, eu confesso, nunca tinha dito isso publicamente, que eu já não tenho mais a segurança de que o princípio basilar da democracia, que é o princípio da maioria, será respeitado. Tem sempre uma nova rodada. Enquanto tiver na Justiça, tudo bem", disse. 

Isso porque a Executiva nacional da legenda, liderada pelo seu principal opositor internamente, André Figueiredo, convocou uma reunião para a próxima sexta-feira (27) a fim de discutir os recentes episódios envolvendo a troca de comando no diretório estadual. Como o próprio Cid lembra, um dos itens previstos no encontro é a discussão de providências em relação ao colegiado cearense.

"Pergunto eu: o que tem para tomar de providência aqui? Está se travando uma disputa que é natural da política. Onde já se viu política sem disputa? O ideal é que fosse tudo consensual, mas na hora que tem duas disputadas diferentes, qual a única forma de resolver isso? Disputando e botando para votação. Foi isso que se fez", defendeu o senador. 

A disputa interna pela direção estadual do PDT tem acirrado o clima nas casas legislativas e prefeituras Ceará afora. Com o maior número de prefeitos eleitos em 2020, o partido já perdeu alguns gestores em 2022 (devido ao rompimento com o PT) e corre o risco de desidratar ainda mais, já que uma parte é adepta à liderança de Cid. 

O Diário do Nordeste procurou a assessoria de imprensa de André Figueiredo, a fim de saber se o dirigente gostaria de se pronunciar sobre as declarações de Cid. O espaço está aberto para manifestações.

PDT e filiados

Com efeitos cada vez mais nítidos para as eleições de 2024, o partido tem como desafio, neste momento, também manter seus principais filiados. Questionado sobre os impactos dessas desavenças nas negociações eleitorais nos municípios, Cid lembrou que as filiações visando candidatura em outubro próximo devem ser feitas até 5 de abril: "a gente deve colocar o tempo a nosso favor e não criar problemas antecipadamente".

A prioridade, no momento, parece acalmar os ânimos no PDT e garantir um ambiente seguro para a preparação das candidaturas. 

Confira a entrevista de Cid Gomes na íntegra: