Os governadores de todos os estados brasileiros devem se reunir, na próxima quinta-feira (3), às 18 horas, para debater soluções para o alto preço dos combustíveis no País. Eles defendem a criação de um fundo de equalização para amenizar a variação do preço nos postos de combustíveis. O encontro, realizado de forma híbrida, discutirá também o piso salarial dos professores.
De acordo com o coordenador do Fórum Nacional de Governadores e governador do Piauí, Wellington Dias (PT), a ideia é que o encontro tenha a participação de representantes do Congresso, da Petrobrás e dos municípios para haver uma pactuação.
"A proposta do Governo Federal é construir uma alternativa que seja segura, o País tem que fazer dessa área do combustível uma prioridade para que não tenha impacto no social, no econômico e nem na inflação", afirma o petista.
Dias defende ainda mais investimentos no refino do petróleo no Brasil.
"A solução definitiva é o fundo de equalização, é ampliar refino no Brasil. O Brasil é produtor de petróleo, mas não faz a produção de óleo diesel na quantidade necessária. Estamos comprando de outros países. Por isso ficamos dependentes do preço internacional", aponta.
"Ampliar refinarias tem que ser uma prioridade, além de garantir as condições de ter um fundo de equalização para que haja um controle em relação a um preço adequado, a partir de uma poupança que possa garantir uma compensação", conclui o governador.
Queda de braço
A criação do fundo contraria o que é defendido pelo Governo Federal. Na última quinta-feira (27), o presidente Jair Bolsonaro (PL) descartou essa proposta. Ele defende que a alta nos preços dos combustíveis se deve ao valor do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado nos estados.
Além de insistir na criação do fundo de equalização, os governadores também decidiram estender o congelamento do ICMS sobre os combustíveis como argumento de que não é a tarifa não é a responsável pela variação no preço.
Outras pautas
Os governadores também pretendem debater o reajuste do piso salarial nacional dos profissionais da rede pública da educação básica. Na última quarta-feira (26), o presidente deu autorização para um reajuste de, aproximadamente, 33,24%.
Governadores e prefeitos temem que esse aumento provoque uma desestabilização das contas públicas. Com o reajuste, o piso salarial de professores deverá ir de R$ 2.886 para cerca de R$ 3.845. O novo valor também vai contra a sugestão do Ministério da Economia, que havia aconselhado um aumento de 7,5%.