O senador Cid Gomes (PDT) apontou, nesta sexta-feira (26), o tempo como "cura" para o racha interno no PDT que ecoa desde a eleição de 2022. A declaração foi dada durante evento sobre hidrogênio verde na Assembleia Legislativa do Ceará (Alece).
Atualmente, correligionários do partido se dividem entre apoiadores do Governo de Elmano de Freitas (PT) e opositores, o que tem causado mal-estar com lideranças da legenda. Cid, por sua vez, é um dos que defende a manutenção da aliança entre PT e PDT no Estado.
"O tempo, já dizia Voltaire, é aquele que cura. Cura cicatrizes, cura feridas, cura sentimentos. Então, vamos esperar que o tempo faça o seu papel lenitivo"
Para o senador, outro "remédio" que pode ajudar a reunificar o PDT é a "disposição" de algumas lideranças para chegar a um entendimento. Até hoje, o partido não se posicionou sobre o sua relação com o Governo do Estado, o que tem aberto brechas para cada parlamentar atuar conforme seu próprio entendimento.
"Disposição, diálogo, isso não me falta. Eu recebi agora, na entrada, pessoas, lideranças importantes, que estão dispostas à pavimentar um clima de entendimento dos pensamentos que existem hoje. Eu penso que não se faz isso discriminando nem preconcebendo, é importante que procuremos encontrar um caminho que nos une"
Na Assembleia, por exemplo, dos 13 deputados do PDT, apenas três parlamentares da legenda fazem oposição ao governador Elmano de Freitas. São eles: Queiroz Filho, Antônio Henrique e Cláudio Pinho — todos próximos do ex-prefeito Roberto Cláudio (PDT), presidente do PDT Fortaleza e defensor da oposição ao Executivo Estadual.
Questionado se "removeria peças" do PDT em busca do entendimento, Cid refutou a possibilidade e defendeu união. "Eu penso que não se faz isso discriminando nem preconcebendo, é importante que se procure encontrar um caminho que nos une", pontuou.
Disputa por comando da legenda
Como a maioria dos pedetistas no Legislativo integram à base de Elmano, inclusive o líder do Governo na Casa é o deputado Romeu Aldigueri (PDT), alguns têm defendido o nome do senador para comandar o diretório estadual pedetista. Os parlamentares apontam o silêncio em relação ao Governo do Estado como um dos motivos de insatisfação.
Além disso, o presidente estadual da legenda, André Figueiredo (PDT), assumiu o comando da Executiva Nacional interinamente e não vagou o cargo no diretório estadual. Cid é o primeiro-vice-presidente do PDT no Ceará, ou seja, primeiro na linha sucessória da legenda.
O senador, inclusive, disse, recentemente, que "representa o sentimento majoritário do PDT no Ceará" e que deseja comandar a legenda. A fala ocorreu durante encontro do Consórcio Nordeste no Centro de Eventos do Ceará, no início do mês, o senador disse
"Zero plano (de sair do PDT). Ao contrário, estou cada dia mais motivado no PDT. Ocupo hoje a liderança do PDT no Senado, feliz, animado, entusiasmado com essa responsabilidade. Tenho um desejo, acho que não por vaidade pessoal, acho que represento hoje o sentimento majoritário do PDT aqui, no Ceará, em relação aos assuntos cearenses, e tenho a pretensão de vir a presidir o partido. Quem tem essa motivação, obviamente não está pensando em sair", disse o senador à época.