A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quinta-feira (17) a 14ª fase da Operação Lesa Pátria, com o objetivo de identificar pessoas que participaram dos fatos ocorridos em 8 de janeiro, quando o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos e depredados.
Entre os alvos de mandados de prisão, estão o pastor Dirlei Paiz, de Blumenau (SC), e a cantora evangélica Fernanda Oliver, de Tocantins. Eles são suspeitos de organizarem e divulgarem a chamada "Festa da Selma", um codinome para a convocação de caravanas para Brasília no fim de semana de 8 de janeiro.
Quando estava nos atos de 8 de janeiro, Fernanda Oliver gravou um vídeo, com imagens da passeata na Esplanada dos Ministérios e a invasão ao Congresso Nacional. Ela fez sucesso no acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército ao gravar o chamado "hino das manifestações".
O pastor Dirlei Paiz, por sua vez, teria usado as suas redes sociais para convocar caravanas em direção a Brasília dizendo que o fim de semana de 8 de janeiro seria uma "data do povo patriota".
"Entendemos que esse é o momento que o povo precisa se aglutinar em Brasília em busca da sua liberdade, buscando a transparência naquilo que nós não concordamos na eleição de 2022" disse ele, em vídeo postado em 6 de janeiro.
Mandados de prisão
Em nota, a PF informou que estão sendo cumpridos dez mandados de prisão preventiva, sendo dois no Distrito Federal, dois em Goiás, um na Paraíba, dois no Paraná e três em Santa Catarina, além de 16 mandados de busca e apreensão na Bahia, em Goiás, na Paraíba, no Paraná, em Santa Catarina e no Distrito Federal.
“Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido e crimes da lei de terrorismo".
O que significa 'festa da Selma'?
A "Festa da Selma" foi o termo utilizado pelos alvos da operação para articular as caravanas que se deslocaram até brasília, assim como para organizar a invasão aos prédios dos Três Poderes, segundo a PF.
“O termo Festa da Selma foi utilizado para convidar e organizar transporte para as invasões, além de compartilhar coordenadas e instruções detalhadas para a invasão aos prédios públicos. Recomendavam ainda não levar idosos e crianças, se preparar para enfrentar a polícia e defendiam ainda termos como guerra, ocupar o Congresso e derrubar o governo constituído".