Pelo segundo dia consecutivo e em meio às novas confirmações da variante Delta do coronavírus no País, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) esteve em mais uma 'motociata' neste domingo (8). Desta vez, o ato foi realizado em Brasília e nas cidades vizinhas Ceilândia e Taguatinga, no Distrito Federal.
Sem máscara, ele cumprimentou apoiadores e gerou aglomerações, condutas contrárias às medidas sanitárias de prevenção à Covid-19.
Bolsonaro já havia participado de uma 'motociata' em Florianópolis no sábado (7). Na ocasião, insistiu na pregação a favor do voto impresso e, em meio a críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), exaltou a "legitimidade" dele e do Congresso.
O presidente tem dito reiteradamente que as urnas eletrônicas são passíveis de fraudes, defendido o voto impresso e feito ameaças golpistas, dizendo que pode não haver eleição em 2022, quando deverá disputar a reeleição.
"Quem decide as eleições são vocês. Não são meia dúzia [de pessoas] dentro de uma sala secreta que vão contar e decidir quem ganhou as eleições. Não vão ser um ou dois ministros do Supremo Tribunal Federal que vão decidir o destino de uma nação. Quem teve voto, quem tem legitimidade, além do presidente, é o Congresso Nacional", afirmou.
Neste domingo, havia apoiadores com adesivos colados nas roupas com o pedido "voto impresso auditável".
Entre os participantes se destacaram bandeiras do Brasil. Ao longo da 'motociata', houve ao menos uma parada.
Após o trajeto, que durou cerca de 2 horas, Bolsonaro voltou para o Palácio do Planalto, de onde partiu para o Palácio da Alvorada.
Ataques frequentes
Em um vídeo compartilhado em redes sociais, o presidente aparece cumprimentando apoiadores em Santa Catarina e chama Barroso de "filho da p*". No trecho, Bolsonaro dá a entender que o ministro teria mandado pessoas ao local para atacá-lo.
Também na sexta, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anunciou que vai levar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do voto impresso ao plenário da Casa, mesmo após o texto ter sido derrotado em comissão especial no dia anterior. O projeto deve ser votado na próxima terça (10) no plenário.
Histórico de motociatas
Esta é a oitava motociata promovida por Bolsonaro pelo País, sempre aos fins de semana. Em todas elas o presidente desrespeitou os protocolos sanitários ao causar aglomerações e cumprimentar apoiadores sem máscara.
As outras edições do evento ocorreram em Brasília (9 de maio), Rio de Janeiro (23 de maio), São Paulo (12 de junho), Chapecó, em Santa Catarina (26 de junho), Porto Alegre (10 de julho) e Presidente Prudente, no interior de SP (31 de julho), e em Florianópolis (7 de agosto).
Ao fim dos trajetos de moto, Bolsonaro costuma fazer discursos em cima de carros de som, com ataques às eleições e às urnas eletrônicas, citações às Forças Armadas e críticas a prefeitos e governadores por medidas de restrição.