Além de Yanny Brena, veja outros políticos no Ceará que morreram no início da vida pública

Políticos em ascensão tiveram a trajetória interrompida por mortes repentinas, doenças ou assassinados

Segunda mulher da história de Juazeiro do Norte a presidir a Câmara Municipal, a vereadora Yanny Brena (PL) teve a trajetória política interrompida nesta sexta-feira (3) com uma morte abrupta. Sem tradição política na família, ela alcançou o posto mais alto do Parlamento da cidade ainda no primeiro mandato e ajudou a eleger o irmão, o estreante Yury do Paredão (PL), como deputado federal. 

Além delas, outros políticos tiveram a trajetória política interrompida ainda no início da vida pública no Ceará por uma morte repentina nos últimos seis anos. Os motivos são diversos, variam desde assassinatos a mortes em decorrência de doenças. 

Os corpos de Yanny e do namorado, Rickson Pinto, foram encontrados na residência da parlamentar na manhã da sexta-feira (3). A principal linha de investigação, segundo a Polícia, é de que Rickson tenha praticado feminicídio contra a parlamentar e depois cometido suicídio.

Trajetória de Yanny

Médica, Yanny tinha 26 anos e foi eleita vereadora de Juazeiro do Norte na primeira vez em que disputou uma eleição, em 2020. Após dois anos de mandato, ela conseguiu formar uma coalizão em torno de seu nome para disputar a presidência da Câmara com chapa única, mesmo sendo adversária de seu antecessor, Darlan Lobo (PTB). 

Nas eleições gerais de 2022, participou ativamente da campanha de seu irmão para deputado federal, o empresário Yury do Paredão. 

Banabuiú 

Em Banabuiú, um outro vereador, também de primeiro mandato, faleceu pouco tempo após iniciar a carreira política. Cleaneo Saraiva (Pros), de 34 anos, morreu em decorrência de complicação da Covid-19 em março de 2021. Ele havia assumido o mandato havia apenas dois meses. 

Na cerimônia de posse, inclusive, ele chegou a ser eleito 1º secretário da Câmara Municipal de Banabuiú. 

Ereré 

Em Ereré, a trajetória do prefeito recém-eleito em 2020, Otoni Queiroz (PDT), também foi interrompida pela pandemia da Covid-19. Estreante na política, Otoni faleceu sem assumir o mandato, aos 42 anos, em janeiro de 2021. Ele estava hospitalizado por complicações da doença desde dezembro de 2020. 

No dia 1º de janeiro, quem tomou posse como prefeita foi a vice na chapa, Emanuelle Martins (PDT). 

Granjeiro 

Outro político que teve a vida interrompida ainda no início da vida pública foi o então prefeito de Granjeiro, João Gregório Neto, conhecido como João do Povo (PDT), no dia 24 de dezembro de 2019. O gestor realizava sua caminhada matinal nos arredores do açude Junco quando foi assassinado a tiros por homens que chegaram em um veículo. 

João do Povo estava no seu primeiro mandato como prefeito quando foi executado. Os principais acusados do crime são: o vice dele, Ticiano da Fonseca Félix, o 'Ticiano Tomé', que chegou a assumir a prefeitura da cidade após o homicídio; o pai de Ticiano, Vicente Félix de Sousa, o 'Vicente Tomé', que já havia sido prefeito de Granjeiro; o tio, José Plácido da Cunha; e um cabo da Polícia Militar. 

À época do crime, João do Povo e seu vice estavam em grupos políticos opostos.

Aiuaba 

Em Aiuaba, a vida da vereadora Jucely Alves Arrais (PDT), conhecida como Cely, também foi interrompida de forma violenta. A parlamentar estava em sua residência, quando homens encapuzados chegaram um veículo e efetuaram vários disparos contra ela. O crime ocorreu em fevereiro de 2017.

Jucely Arrais tinha acabado de iniciar o segundo mandato como vereadora quando foi executada. Pouco tempo antes disso, o cunhado de Jucely, que também era vereador de Aiuaba, foi assassinado. José Valmir foi morto em setembro de 2016, no período da campanha eleitoral. 

Pouco tempo após a morte da parlamentar, outros familiares dela foram assassinados. Ainda em 2017, o marido dela, Josa Arrais, e o irmão, Jeleudy Arrais, foram executados.